O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) ocupou a cadeira da presidência no plenário da Câmara nesta terça-feira, 9, em ato de contestação à decisão do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de levar à votação o processo de cassação contra o parlamentar e o PL da dosimetria.
Sentado na Mesa Diretora, Glauber declarou que permaneceria no local “até o limite das minhas forças”. Policiais legislativos, deputados e o secretário-geral da Mesa, Lucas Ribeiro Almeida Júnior, solicitaram que ele deixasse o assento, mas o pedido não foi atendido.
Após o atrito, agentes retiraram o parlamentar à força da cadeira da presidência. Enquanto a polícia legislativa puxava-o para fora da área, aliados seguravam Glauber e questionavam a represália. Parte dos deputados aponta que Motta não teve a mesma postura de retaliação quando bolsonaristas invadiram a Mesa Diretora da Câmara em protesto à prisão de Jair Bolsonaro (PL).
Veja o vídeo:
Quando a voz do povo é arrancada à força, é a democracia que sangra.
Ver @Glauber_Braga sendo retirado do plenário por defender transparência e enfrentar abusos revela o que muitos querem esconder: há quem prefira calar a verdade do que encarar a justiça. pic.twitter.com/42qcfj9WXq
— Pastor Henrique Vieira (@pastorhenriquev) December 9, 2025
Diante da permanência do parlamentar, policiais legislativos determinaram a retirada de jornalistas e assessores do plenário, autorizando a presença apenas de deputados. O sinal da transmissão da TV Câmara também foi cortado após a ocupação da cadeira.
A crise ocorreu na primeira parte da sessão do dia, que deve votar não apenas a cassação de Glauber Braga por quebra de decoro parlamentar – em 2024, ele expulsou da Câmara um integrante do MBL a chutes e pontapés – mas também o PL da dosimetria, que prevê a revisão e possível redução de penas aplicadas a investigados e condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, incluindo Jair Bolsonaro (PL).