Giulia Costa reflete sobre comparações com a mãe: ‘Coisa quase doentia’

Em entrevista à IstoÉ Gente, filha de Flávia Alessandra falou sobre carreira, críticas da internet e trabalho em bastidores de produções

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Atriz comanda o podcast "Pé no Sofá" ao lado da mãe Foto: Reprodução/Instagram

Aos 25 anos, Giulia Costa já trabalhou como atriz no teatro e na televisão, mas recentemente descobriu uma nova paixão pelo backstage.

Filha dos famosos Flavia Alessandra, Marcos Paulo (1951-2012) e ainda Otaviano Costa – padrasto que considera um pai -, a artista explica à IstoÉ Gente que, inicialmente, desenvolveu um forte apreço pelos bastidores como uma forma de se afastar dos holofotes, críticas e comparações com a família.

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“Eu me sinto mais confortável”, conta durante o bate-papo. “Hoje, quando vem essas comparações e comentários, a gente consegue ver muito. No meu perfil, todo mundo tem acesso para comentar, as pessoas têm muito mais liberdade para darem as suas opiniões”, explica.

“Democratizou muito. Mas, como tudo nessa vida, existe o lado bom e o lado ruim. Existe uma coisa louca que ficam tentando me comparar com a minha mãe, sendo que é uma relação de mãe e filha, é uma coisa quase que doentia mesmo.”

“Já me afetou muito. Então, quando eu fui pra esse lugar por trás das câmeras, isso teve muita influência também: ‘Não quero mais estar nos olhos das pessoas, não quero mais as pessoas falando sobre mim'”, continua. “Mas eu amo set de filmagem, amo fazer arte, então é uma forma de eu estar, mas não estar sobre os holofotes. Foi meio que uma uma escapatória, algo que eu achei agradável e que me satisfizesse.”

Mesmo assim, Giulia conta que hoje em dia, não pensa mais dessa forma. Ela explica que após algum tempo, é preciso entender que apesar de tudo, esse tipo de comentário sempre irá existir, e que só resta ignorara-lo.

“A gente vai amadurecendo e vai ligando cada vez menos para opiniões e falas maldosas. É claro que crítica construtiva é sempre bem-vinda e eu quero ouvir, quero melhorar e evoluir como profissional e pessoa, mas sabendo filtrar o que vai ser benéfico e o que não está vindo para o bem.”

O Auto da Compadecida 2

Recentemente, a artista teve a oportunidade de trabalhar como assistente de direção em “O Auto da Compadecida 2”, que estreou no fim de 2024.

Formada em cinema, ela explica que oportunidade de entrar no projeto foi uma grande surpresa: “Fiz um projeto como estagiária na ‘Conspiração’, produtora do Auto 2. E acabei conhecendo, criando contatos lá e consegui mostrar meu trabalho. Foi uma honra quando a oportunidade. Eu nem acreditei

“Pude ver de perto o trabalho de tanta gente talentosa e renomada. Matheus, Selton, Guel, a Flávia Lacerda“, relembra. “Pra estreia, eu levei minha mãe comigo, então foi muito incrível. Não sei, faltam palavras.”

Emocionada, ela também comenta como acabou se conectando ainda mais com Marcos Paulo. “Uma das primeiras novelas que o Selton fez foi com o meu pai. Então, foi muito emocionante também reencontrar, sabe? Essas pessoas. E eu acho sempre emocionante ouvir a experiência que eles tiveram.”

“Principalmente com o meu pai, que não está mais aqui para me contar como é que foi. É sempre muito especial quando eu reencontro essas pessoas. E acabo ganhando memórias novas do meu pai.”

Carreira e projetos futuros 

Atualmente, a atriz comanda o podcast “Pé no Sofá” ao lado da mãe. O projeto foi uma iniciativa das duas, com o objetivo de transformar críticas e comentários ofensivos em um bate-papo descontraído sobre o universo feminino, desmistificando qualquer tipo de rivalidade. Desde o inicio da iniciativa, as duas já recebem convidadas como Angélica, Erika Hilton e Maria Ribeiro.

Eu e minha mãe sempre fomos muito amigas, muito parceiras. Então, a gente falou: ‘Vamos fazer um projeto juntas e mostrar como somos unidas, como conversamos sobre tudo'”, explica. “Com essas comparações, vamos transformar esse limão tipo em uma mousse de limão”, brinca.

“O podcast veio muito nesse lugar da gente conversar e fazer essa troca chegar de forma leve e informativa para as pessoas, e principalmente para as mulheres”.

Sobre novos projetos, Giulia explica que sua parceria com a mãe ainda é bastante recente para sequer pensar em uma nova produção, mas não descarta a possibilidade de realizar algo só dela no futuro.

“Tirar do papel, como diretora ou produtora” afirma. “Quero muito poder virar essa diretora parceira que entenda e que converse. Acho que tem muito uma coisa geracional, que antigamente era essa coisa do diretor como um ser superior, intocável, inalcançável”, considera.

“Quero ter uma troca, diálogo. Espero estar estudando e tomando esse conhecimento para me tornar esse tipo de profissional que eu admiro.”

** Estagiária sob supervisão