27/09/2024 - 15:41
Atenção: esse texto contém informações sensíveis sobre violência, abuso sexual, automutilação e suicídio. Caso você se identifique ou conheça alguém que esteja passando por situações de violência, denuncie pelo DISQUE 180. Se tiver depressão ou pensamentos suicidas, procure apoio no Centro Voluntário à Vida pelo telefone 188.
A atriz Giselle Itié fez um desabafo comovente na quinta-feira, 26, na estreia do videocast “Exaustas”. Ao lado de Samara Felippo e Carolinie Figueiredo, a apresentadora revelou que foi vítima de estupro na adolescência.
O assunto começou enquanto Itié falava sobre a objetificação de seu corpo na adolescência. A apresentadora contou que foi estuprada aos 17 anos e, a partir de então, passou a se automutilar e desenvolver transtornos alimentares.
“Sempre fui uma criança que não cabia na caixinha do padrão de beleza posta pela sociedade. Era desengonçada, usava aparelho, não era vista como uma criança bonita. Não mesmo. Só que quando comecei a entrar na adolescência, meu corpo se transformou, e muito. Minha vida se transformou”, começou Giselle, que ainda revelou ter tanto medo de sofrer um abuso que chegava a não dormir à noite.
“Desde menina, eu comecei a ter um pesadelo recorrente, que foi até os meus 18 anos, eu no meio de uma floresta à noite e sempre fugindo de um homem, de dois, de três. Homens que eu conhecia, da família. Muitas vezes, eu não dormia porque tinha medo de ser pega no meu sonho”, contou.
“Até que, para ajudar, meu primeiro namorado se suicidou. Foi aí que eu comecei a questionar o meu lugar na vida. Quanto mais eu me tornava mulher, mais eu objetificada eu me tornava, o vácuo foi crescendo e eu comecei a me machucar de verdade, a me cortar [e por aí vai]. Até que eu tentei tirar minha vida”, continuou Giselle.
E revelou: “Com 17 anos de idade, eu perdi minha virgindade em um estupro. Foi nesse momento que eu me perdi de vez e compreendi o quanto eu era oca. Eu só fazia me castigar como se eu fosse culpada. E foi no silêncio que meu corpo gritava e pedia socorro. Passei a ter uma depressão profunda, bulimia, anorexia nervosa, eu me cortava e tudo o que eu queria era desaparecer de vez”.
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