As memórias de Gisèle Pelicot, que se tornou um ícone feminista após seu julgamento por estupro na França, serão lançadas em 17 de fevereiro de 2026, sob o título “Et la joie de vivre” (“Um Hino à Vida”, em português), anunciaram diversas editoras nesta quarta-feira (10).
Pelicot, de 72 anos, foi aplaudida mundialmente no ano passado por sua coragem em depor publicamente durante o julgamento contra seu ex-marido, que a drogou por uma década antes de estuprá-la junto com dezenas de estranhos contatados online.
O livro será publicado em fevereiro em cerca de vinte idiomas, em vários países, refletindo a notoriedade internacional de Pelicot.
Após o julgamento realizado no final de 2024, Pelicot “nunca se manifestou” e “decidiu contar sua história com suas próprias palavras”, disse a editora francesa Flammarion.
Pelicot “quer transmitir uma mensagem de esperança a todos aqueles que estão passando por momentos difíceis, assim como àqueles que a apoiaram durante estas semanas do outono de 2024”, acrescentou.
O relato “cuidadoso e comovente”, escrito em parceria com a jornalista e romancista Judith Perrignon, “revela as fontes mais profundas da incrível resiliência desta mulher tão reservada”, segundo Flammarion.
O livro “proporcionará conforto e contribuirá positivamente para mudar a narrativa sobre a vergonha”, insistiu a editora espanhola Lumen.
Pelicot se recusou a permitir que o julgamento fosse realizado a portas fechadas, renunciando assim ao seu direito ao anonimato, para que a “vergonha” mudasse de lado. Seu marido e outros 50 homens foram condenados a até 20 anos de prisão.
A filha de Pelicot, Caroline Darian, publicou um livro sobre o caso em 2022, “Eu Nunca Mais Vou Te Chamar de Pai”.
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