Giorgio Armani é ovacionado em desfile de sua grife em Milão

MILÃO, 25 SET (ANSA) – Por Gioia Giudici – Aplausos que parecem não ter fim, olhos brilhando em direção à porta por onde o estilista italiano Giorgio Armani saia para cumprimentar o público ao final de cada desfile e da qual hoje, com grande respeito, ninguém apareceu.   

Foi assim que o desfile da grife Emporio Armani, o primeiro sem o “rei Giorgio” desde sua morte em 4 de setembro, foi encerrado nesta quinta-feira (25), em Milão.   

Ao final da apresentação, as modelos surgiram na passarela batendo palmas, em uma homenagem sincera ao ícone da moda mundial. O gestou provocou aplausos prolongados do público, que depois se transformaram em uma ovação de pé.   

Houve enorme emoção nesta primeira apresentação sem o homem que, há 50 anos, fundou a empresa que leva seu nome. É impossível não pensar que, há apenas algumas semanas, no próprio teatro da Via Bergognone, agora palco do desfile, milhares de milaneses vieram prestar suas últimas homenagens ao estilista, que nunca escondeu seu amor pela cidade que o acolheu e onde fundou sua maison em 1975.   

A emoção de hoje é, no mínimo, ainda mais intensificada pela beleza da coleção, com curadoria do próprio Giorgio Armani até o último detalhe, com o perfeccionismo e a paixão que todos reconhecem nele.   

Mais do que uma linha Emporio, voltada para um público mais jovem, a nova coleção pareceu quase uma estreia, especialmente por ser o primeiro desfile do cinquentenário da empresa, que antecede o grande desfile de domingo (28) no pátio de Brera, o qual abriga uma exposição que celebra a carreira do estilista italiano, justapondo seus designs a obras-primas artísticas.   

“Returns” é o título da coleção, uma alusão tanto aos momentos de liberdade especial quando se retorna para casa de uma viagem, trazendo consigo memórias e sensações de terras distantes, quanto à valorização do vocabulário Armani por excelência, das cores neutras às formas leves e alongadas, posicionadas em um diálogo inesperado entre masculino e feminino.   

Assim, as calças vagamente odaliscas, os gorros e bolsas oversized, os fechos e quimono são referências a mundos distantes que se misturam em um guarda-roupa urbano de jaquetas, parkas, sobretudos, agasalhos, conjuntos de pijama e inúmeros coletes, usados com calças ou saias curtas.   

Um look especial para o dia a dia que, para a noite, dá lugar a vestidos em nylon leve usados com tops pequenos cravejados de cristais e túnicas curtas com bordados brilhantes. Uma coleção digna de aplausos, porque para Giorgio Armani, sempre comprometido com a criação até o fim, a nova coleção era sempre a mais importante, segundo aqueles que trabalharam ao seu lado.   

(ANSA).