Uma ginecologista afegã morreu nesta quinta-feira (4) na explosão de uma bomba colocada sob seu veículo na cidade de Jalalabad (leste), onde três funcionárias de uma emissora de televisão foram mortas dois dias antes, informaram fontes oficiais.

“Uma ginecologista morreu quando uma bomba explodiu” em Jalalabad, disse à AFP um funcionário da governadoria de Nangarhar, cuja capital é Jalalabad.

O explosivo havia sido colocado na parte de trás do ‘riquixá’, espécie de bicitáxi muito popular no país, usado pela vítima para ir ao trabalho. Uma criança também ficou ferida na explosão.

O ataque, que ainda não foi reivindicado, ocorre dois dias depois que três jovens que trabalhavam para a emissora local Enekaas TV foram mortas a tiros quando saíam do escritório.

Esses assassinatos seletivos de jornalistas, juízes, médicos, defensores dos direitos humanos e personalidades políticas e religiosas são cada vez mais frequentes no Afeganistão e estão causando pânico entre a população. Conhecendo seus objetivos, muitos líderes da sociedade civil vão para o exílio ou se escondem.

O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) assumiu a responsabilidade pelo ataque de terça-feira, assim como fez com outros perpetrados no passado.

Mas o governo afegão e os Estados Unidos continuam a acusar o Talibã por essas mortes, embora o grupo insurgente rejeite veementemente essas alegações.

O aumento da violência no país coincidiu com o início das negociações de paz em Doha, em setembro passado, entre o Talibã e o governo afegão, com o objetivo de encerrar décadas de guerra.

Essas negociações estão paralisadas e as autoridades norte-americanas ordenaram que o acordo assinado com o Talibã há um ano, que prevê a retirada total de suas tropas até maio de 2021, seja reexaminado. str-mam-eb/cyb/sba/bl/tjc/mr