O preconceito não é a única barreira que um casal homoafetivo precisa enfrentar na hora de buscar orientações para ter um bebê. As diferenças corporais entre atletas e seus parceiros tem feito com que muitos esportistas encontrassem métodos mais seguros de terem filhos e com tratamentos cada vez menos desgastantes no retorno ao esporte.

O LANCE! conversou com a ginecologista e especialista em reprodução assistida, a Dr. Amanda Volpato, para entender melhor com a ciência tem ajudado aos atletas homossexuais a realizarem o sonho da gravidez.

– É verdade que muitas atletas têm dificuldade para engravidar, porque o excesso de atividade física causa alterações hormonais, levando a alterações do ciclo menstrual e dificuldade para engravidar. Durante a gravidez a atleta terá sua rotina alterada, tendo que se afastar por um período das suas atividades – alerta ela.

Sendo assim, a solução muitas vezes é contar com o parceiro para concretizar o desejo. Afinal, a rotina, a gestação e toda a prepração de uma gravidez altera a vida dos responsáveis pela criança. Entre os métodos mais conhecido, Amanda explica com profundidade como a inseminação e a ciência está criando maneiras de facilitar a reprodução assistida.

– Casais homoafetivos femininos que desejam engravidar, podem utilizar de duas técnicas. A inseminação intrauterina, sendo que neste caso umas das parceiras será inseminada com o sêmen de doador anônimo. Ou através da Fertilização in Vitro (FIV) técnica mais complexa, mas que permite a participação das suas parceiras caso elas desejem.

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Na FIV, ela afirma que se pode estimular umas das parceiras que realizará a coleta dos óvulos, que serão fertilizados em laboratório com o sêmen do doador anônimo, e a transferência embrionária poderá ocorrer em qualquer uma das parceiras.

Contudo, é natural que o casal tenha medos e dúvidas quanto a o que fazer para engravidar e recuperar-se da melhor forma possível. Para a escolha da técnica mais adequada, a ginecologista conta ao L! que é necessária uma consulta com um especialista para uma avaliação e a realização de exames.

E passo seguinte é a escolha do doador de sêmen que obrigatoriamente tem que ser anônimo, e pode ser tanto de um banco nacional quanto internacional.

– Para casais homoafetivos masculinos, a técnica utilizada é a Fertilização in Vitro. E para os homens é necessário a utilização de óvulos de uma doadora anônima e uma barriga solidária para gerar o bebê – explica ela, que disseca o caso com mais atenção.

– No Brasil, a barriga solidária é autorizada para parentes consanguíneos até quarto grau, para casais que não tem nenhum parente que possa gerar é possível a realização do tratamento, mas é necessária a autorização do Conselho Regional de Medicina.

Para a especialista, o médico especialista que acompanha a paciente pode ajudar na desconstrução do preconceito. Amanda acredita que a informação e a divulgação dos avanços da Medicina Reprodutiva podem ajudar os casais tanto no combate a ignorância de alguns quanto a constituir suas famílias. Afinal, a ultima resolução do Conselho Federal de Medicina garante este direito a estes casais.