A cantora Lexa, de 29 anos, está passando por um dos momentos mais difíceis de sua vida. Na tarde desta segunda-feira, 10, ela anunciou nas redes sociais a morte de sua filha, Sofia, fruto do noivado com o ator Ricardo Vianna, 32. A criança nasceu prematura no domingo, 2 de fevereiro, mas faleceu três dias após o nascimento.
Lexa enfrentou complicações durante a gravidez, sendo diagnosticada com pré-eclâmpsia precoce aos seis meses de gestação, condição que evoluiu para síndrome de HELLP. Por conta disso, ela ficou internada por 17 dias na Unidade Semi-intensiva, em São Paulo, desde o dia 21 de janeiro.
Durante esse período, a cantora passou por um tratamento intensivo, que incluiu o uso de medicamentos como Clexane e sulfato de magnésio, além de ter coletado mais de 100 tubos de sangue para exames.
A dor de sepultar a filha
“Sofia, 02/02 às 15:03. O nosso milagre nasceu! No dia 05/02, minha filha amada nos deixou. Um luto e uma dor que eu nunca tinha visto igual. Vivi os dias mais difíceis da minha vida. Eu senti cada chutinho, conversei com a barriga, idealizei e sonhei tantas coisas lindas para a gente… Foram 25 semanas e 4 dias de uma gestação muito desejada! Uma pré-eclâmpsia precoce com síndrome de HELLP, 17 dias de internação, Clexane, mais de 100 tubos de sangue na semi-intensiva e 3 na UTI, lutando pela nossa vida, minha filha”, escreveu Lexa na legenda da postagem.
“Lembro da última noite grávida, eu não conseguia dormir, e você mexeu a noite toda. Você sabia me acalmar como ninguém. Eu rezei tanto e implorei tanto para que tudo desse certo. Eu cantei para a barriga, fiz playlist de parto… Eu tomei AAS e cálcio durante toda a gestação, fiz um pré-natal perfeito, fiz TUDO, mas minha pré-eclâmpsia foi muito precoce, extremamente rara e grave… O meu fígado começou a comprometer, os meus rins e o Doppler da minha bebezinha também… Mais um dia, e eu não estaria aqui para contar nem a minha história nem a dela. Agora, estou buscando um rumo na minha vida, uma parte de mim se foi…”, continua.
“Te carregar nos últimos minutos de vida, tão vivos na minha cabeça… Você é, foi e sempre será a minha SOSSO”, disse ela, que também falou sobre o noivo. “@ricardovianna, te amo demais. Vivemos os dias mais desafiadores das nossas vidas juntos e fortes. Ver nossa filha na incubadora, linda e lutando pela vidinha dela, ficará para sempre nas nossas memórias. Você não soltou minha mão e foi o marido e pai mais incrível do mundo. Minha família amada, obrigada por todo apoio. @dracamilamartin, sei que fez o possível e o impossível por nós, e toda a equipe @hmsantajoana, o meu muito obrigada por todo o carinho e acolhimento. Obrigada a todos pelas orações.”
Por fim, ela lamentou a dor de viver o luto. “Eu não tenho forças nem para andar, parecia que cada pá de terra no seu enterro era como se a minha vida e os meus sonhos estivessem indo junto, meus seios cheios de leite, sem conseguir pensar em nada direito, mas eu creio nos teus planos, Senhor… Sofia, te amarei eternamente, minha filha amada. Espero te honrar muito, sei que um dia vamos nos reencontrar em um lugar lindo… Espera que a mamãe vai te dar mais colo…”, finalizou.
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Pré-eclâmpsia e síndrome de HELLP
Segundo dados da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a complicação afeta cerca de 5% a 8% das mulheres durante a gestação. Caracterizada pelo aumento da pressão arterial durante a gravidez, a condição apresenta sinais como inchaço excessivo, dores de cabeça intensas e a presença de proteínas na urina.
À reportagem de IstoÉ Gente, Fernanda Nunes, ginecologista da clínica Atma Soma, explica: “Esses sintomas podem indicar que algo não está bem e devem ser investigados o quanto antes.”
De acordo com a especialista, a condição pode ocorrer a partir da 20ª semana de gestação, mas é mais comum no terceiro trimestre. “Exames pré-natais frequentes são essenciais para detectar sinais precoces e evitar complicações”, complementa.
O que pode causar a pré-eclâmpsia?
A condição não tem uma causa única definida, mas está relacionada a fatores como alterações nos vasos sanguíneos e resposta imunológica da mãe ao bebê. Se não tratada, pode evoluir para eclâmpsia, caracterizada por convulsões, ou síndrome HELLP, que envolve comprometimento do fígado e plaquetas.
“Descobrir que há um problema na gravidez pode ser um momento de muita tensão. Por isso, ter uma equipe que acolha e oriente é fundamental para o bem-estar físico e emocional da gestante”, destaca a ginecologista.
Existe tratamento?
O tratamento pode incluir repouso, medicamentos para controlar a pressão arterial e, em casos graves, a necessidade de adiantar o parto para proteger a vida da mãe e do bebê.
“A principal meta é prolongar a gravidez o máximo possível sem comprometer a saúde de ambos. Isso exige uma avaliação individualizada e constante”. Nos casos mais graves, em que há risco de vida, o parto prematuro pode ser necessário. “Em algumas situações, mesmo que o bebê ainda não esteja a termo, o parto é a única solução para preservar mãe e filho”, explica.
Vale lembrar ainda que o acompanhamento pós-parto também é essencial, pois a pré-eclâmpsia pode persistir ou surgir após o nascimento do bebê, o que reforça a importância de uma monitorização cautelosa. “O cuidado com a saúde é prioridade em todas as gestações e que, ao menor sinal de anormalidade, é essencial buscar avaliação profissional”, finaliza.
De olho nos sinais
- Hipertensão arterial
Pressão arterial elevada (acima de 140/90 mmHg em duas medições realizadas com intervalo de 4 horas). - Proteinúria
Presença de proteínas na urina, detectada em exames laboratoriais. - Inchaço (edema)
Inchaço excessivo, especialmente nas mãos, pés, tornozelos e rosto. Embora seja comum durante a gravidez, o inchaço repentino e intenso merece atenção. - Ganho de peso rápido
Aumento significativo de peso em poucos dias devido à retenção de líquidos. - Dor de cabeça intensa
Dores de cabeça persistentes e graves que não desaparecem. - Alterações na visão
Visão turva, sensibilidade à luz, visão dupla ou perda temporária da visão. - Dor no abdômen superior direito
Geralmente localizada abaixo das costelas no lado direito, devido ao envolvimento do fígado. - Náuseas e vômitos
Não relacionados à hiperêmese gravídica (náuseas do início da gravidez). - Redução na produção de urina
Quantidade anormalmente baixa de urina. - Falta de ar
Pode ser causada pelo acúmulo de líquido nos pulmões.