Ela explodiu nos jogos do Rio-2016, com quatro medalhas de ouro e uma de bronze. Cinco anos depois, a americana estrela da ginástica Simone Biles já é vista como vencedora da edição de Tóquio 2020, por seu nível bem acima das rivais.

+ Seleção masculina de ginástica artística faz treino de pódio para Tóquio-2020

+ Cinco atletas da ginástica artística para acompanhar em Tóquio 2020

+ Equipe brasileira masculina de ginástica artística inaugura ginásio de treino

Para a sua segunda participação nos Jogos, aos 24 anos, Biles pode definir como meta bater o recorde de nove títulos olímpicos da soviética Larissa Latynina.

Biles, líder de uma equipe de ginástica americana bem posicionada para manter o título, participará das categorias geral por equipe, individual e – salvo algum imprevisto – nas quatro modalidades, principalmente solo e salto, em que se destaca.

Para quebrar o recorde de Latynina, o desafio é gigante, pois ela terá que levar as seis medalhas de ouro em disputa, com o desafio principal nas barras assimétricas, seu ponto mais fraco.

Mas Simone Biles é capaz de tudo. Na capa da revista americana “Glamour” “The World Greatest”, ela aparece com postura de vencedora. De fato, é a ginasta com mais medalhas na história dos mundiais de ginástica, com 25.

“Agora, não tenho que provar nada a ninguém”, comenta em um documentário que produziu recentemente e divulgou no Facebook. Mas ela terá uma “pressão sobre as costas”, assinalou seu treinador, o francês Laurent Landi, que a acompanha desde 2017 juntamente com a parceira de Biles Cécile Landi.

Suportar essa pressão depois de uma infância difícil, de ter sofrido agressões sexuais do médico da equipe nacional americana Larry Nassar e de ter uma vida esportiva de alto rendimento, parece mais um desafio. Mas também surgem outros obstáculos no caminho da sua consagração absoluta, como a competição com as próprias companheiras de equipe nas provas individuais, as americanas Sunisa Lee e Jordan Chiles, além das rivais russas, como Listunova, que, com apenas 16 anos, mostrou-se brilhante no último Campeonato Europeu, ou mesmo Melnikova, excepcional nas barras.

A francesa de 21 anos Mélanie de Jesus dos Santos, campeã europeia em abril na prova do cavalo, também pode se colocar no caminho de Biles no Centro de Ginástica de Ariake, onde acontecerão as provas. As gêmeas britânicas Jennifer e Jessica Gadirova, as chinesas Zhang Jin e Lu Yufei, a belga Nina Derwael e a holandesa Sanne Wevers são outras que devem duelar com a americana.

No quadro masculino da ginástica de Tóquio-2020, russos, chineses e japoneses disputarão as primeiras colocações. Em casa, mas sem público, acontecerá a despedida olímpica do rei da ginástica, o japonês Kohei Uchimura, 32 anos. Ele terá que se contentar com a disputa na barra fixa em seus quartos Jogos, após o ouro de Londres e do Rio na competição geral, para um total de sete medalhas olímpicas.

Para sucedê-lo estão no páreo os russos Nikita Nagornyy e Artur Dalaloyan, que acaba de se recuperar de uma ruptura de tendão. Nas argolas, o francês Samir Aït Saïd, que quebrou a perna nos Jogos passados ao cair de um salto, quer a revanche e se prepara “para uma bela batalha”. Seus principais rivais serão o grego Petrounias, atual campeão olímpico, e o chinês Liu Yang.

Outro evento imperdível da ginástica de Tóquio-2020 será a participação da uzbeque Oksana Chusovitina, 46, que participará de seus oitavos Jogos Olímpicos. Especialista em saltos, ela subiu no primeiro degrau do pódio no mês passado, em Doha, em uma etapa da Copa do Mundo, e sonha com uma surpresa no Japão.