A estrela americana Simone Biles conquistou nesta terça-feira (3) o bronze na final da trave de equilíbrio nos Jogos de Tóquio-2020 em seu retorno à competição, atrás das chinesas Guan Chenchen, que conquistou o ouro, e de Tang Xijing (prata).

A brasileira Flávia Saraiva se desequilibrou durante a apresentação e terminou em sétimo lugar.

Biles superou seus problemas de confiança para reaparecer na final da ginástica feminina na capital japonesa e conquistar o bronze.

A americana, que já havia conquistado o bronze na Rio-2016 neste mesmo aparelho, repete o pódio cinco anos depois ao atingir a pontuação de 14.000, longe da jovem Chenchen, que recebeu 14.633 pontos, e de Xijing (14.633).

“Fiz isso por mim e estou orgulhosa de ter sido capaz de competir mais uma vez”, disse Biles a repórteres após a competição.

“Somos seres humanos, não apenas atrações e coisas acontecem por trás das quais as pessoas não têm ideia”, acrescentou, especificando que também havia perdido a tia há dois dias.

O bronze suaviza a dura semana de Biles, já que a estrela mais esperada destes Jogos desistiu de participar da final da competição geral por equipes para surpresa de todos.

Desde então, Biles enfrentou um fenômeno de perda de confiança e perda de referências no ar (twisties), que a levou a desistir de quatro finais para as quais ela também havia se classificado – individual geral, salto, solo e barras assimétricas.

Esse fenômeno de “perda de figura” que faz com que a ginasta fique sem as suas referências no ar é especialmente problemático para acrobacias para trás que envolvem giros, segundo especialistas.

Um fenômeno que é uma grande desvantagem para uma ginasta que faz acrobacias extraordinárias e já tem quatro movimentos com seu nome no salto.

Nesta terça-feira, a vencedora de quatro medalhas de ouro na Rio-2016 fez um exercício caprichado na trave, mas simplificado, principalmente na saída, com um duplo mortal para trás sem giro.

“Estava um pouco nervosa com a saída porque tivemos que trocá-la e não fazia o duplo mortal pra trás carpado desde que tinha 12 anos. Mas voltar a competir e ter o apoio de todo o mundo significa tudo para mim”, disse ela.

O sorriso que exibiu ao final do exercício e os abraços com as companheiras foram a imagem do alívio, após uma semana difícil, em que a estrela americana trouxe à tona os problemas de pressão e ansiedade que podem sofrer os atletas de alto rendimento.

Um exercício que lhe rendeu o bronze, que se soma à medalha de prata conquistada na competição geral por equipes, longe do recorde que todos esperavam que ela pudesse alcançar na capital japonesa.

A americana agora tem sete medalhas olímpicas, igualando o recorde de Shannon Millers para uma ginasta americana.

Há três dias, ela publicou um vídeo que mostrava sua queda ao sair das barras assimétricas, explicando o “twisties”.

“Para os que dizem que eu desisti, minha mente e meu corpo simplesmente não estão em sincronia, como podem ver aqui”, completou na mensagem com o vídeo.

Depois de um problema no salto na final por equipes, que a levou a deixar a competição, ela explicou com grande sinceridade que precisava enfrentar seus demônios e decidira preservar sua saúde mental, depois de sofrer uma grande pressão por vitórias nas últimas semanas.

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