O ginasta Arthur Nory, uma das principais esperanças de medalha da ginástica para o Brasil, passa por momentos distintos, contrastando amor e ódio dos torcedores, antes de estrear nas Olímpiadas de Tóquio-2020. O atleta do Esporte Clube Pinheiros voltou alvo de críticas e ofensas nas redes sociais devido a um vazamento de um vídeo em que ele aparece, junto de alguns companheiros, cometendo injúrias raciais contra o colega Ângelo Assumpção em 2015.

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Duas cenas recentes ilustram esse cenário que cerca a preparação final do atleta. A primeira situação foi uma discussão nas redes sociais com a cantora Valeska Popozuda. Nesta terça-feira, o ginasta esbravejou contra o “ódio” no Twitter. “É normal tanto xingamento, ódio e desejar o mal aqui no Twitter?”, desabafou. A cantora rebateu. “Não é. Mas quando a gente erra, é melhor assumir o erro e pedir desculpas. Porque aqui no Twitter ninguém passa pano mais não”, escreveu.

Arthur replicou. “Eu errei e eu assumi. Paguei por ele e, até hoje, pago por isso! Nunca escondi meu erro e sempre busquei conhecimento para me tornar uma pessoa melhor. Eu não sou o mesmo de cinco anos atrás”. Depois da discussão com Valeska, a conta do atleta foi retirada do ar por um certo período. .

O bate-boca entre o ginasta e a cantora se deu por conta de um vídeo, postado nas redes sociais por Arthur, em 2015. No vídeo, o ginasta proferia comentários racistas contra Assumpção, único membro negro na delegação brasileira de ginástica naquele ano. Além de Arthur, os atletas Fellipe Arakawa e Henrique flores, que faziam parte da delegação na época, também apareceram no vídeo. A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) afastou os atletas, que admitiram o erro e gravaram um vídeo com um pedido de desculpas ao lado de Ângelo Assunção.

Cinco anos depois do ocorrido, em setembro de 2020, Nory revelou estar passando por um longo processo de desconstrução, relatando que está estudado sobre racismo estrutural e racismo recreativo. “Entendo que cometi um erro, um erro inaceitável, e fui atrás para entender o que é o racismo, o que é um racismo estrutural, o que é o racismo recreativo que é mascarado em piada”, disse.

Apesar disso, a discussão gerou diversas reações nos fãs. Muitos internautas afirmaram, por exemplo, que irão torcer contra o ginasta, principalmente pelo episódio de injuria racial exposto no vídeo de Nory.
Texto produzido com informações do Estadão Conteúdo