O ex-ministro do Turismo Gilson Machado foi preso nesta sexta-feira, 13, em Recife (PE), acusado de articular a emissão de um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid. A decisão foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na terça-feira, 10, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura de inquérito contra o ex-ministro, por supostamente tentar obter o documento para que Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), saia do Brasil. A PGR se manifestou a favor de uma investigação da Polícia Federal sobre o caso.
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Mauro Cid é delator no processo que investiga uma tentativa de golpe de Estado da cúpula bolsonarista após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022. Para a PGR, a fuga de Cid poderia favorecer o ex-presidente da República, um dos principais aliados de Gilson Machado.
De acordo com os investigadores, Machado teria ido ao Consulado Português em Recife (PE) para pedir a expedição do passaporte para Cid. Ele nega as acusações e disse que foi ao local apenas para auxiliar o próprio pai.
A Procuradoria ainda aponta que o ex-ministro bolsonarista realizou uma campanha para arrecadar dinheiro para Jair Bolsonaro. Em lives e publicações nas redes sociais, Gilson Machado justificou a necessidade de pagamento a médicos e advogados, além do envio do dinheiro para o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente que se licenciou do mandato e está nos Estados Unidos. Em depoimento à PF, Bolsonaro admitiu ter enviado dinheiro para o parlamentar, mas negou a ajuda de “vaquinhas”.
A ISTOÉ tenta contato com a defesa de Gilson Machado, mas não conseguiu retorno até o momento.