Em uma só tacada, ou melhor, canetada, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, determinou a suspensão de nada menos que três processos por improbidade que tramitavam em desfavor do presidente da Câmara dos Deputados, o aliado da hora de Jair Bolsonaro, Arthur Lira.

A decisão, vejam só, manterá os processos repousando nos arquivos do STF até que a Corte os julgue em definitivo, ou seja, lá pelos idos de 2722, quando as ações penais a que Lula irá responder, após as anulações, sejam novamente sentenciadas. A decisão favoreceu também o pai do deputado, Benedito Lira.

Recentemente, o próprio Gilmar Mendes, aquele que emocionado chorou ao parabenizar a defesa do ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro Lula da Silva, decidiu a favor do senador das rachadinhas e da mansão de 6 milhões de reais, Flávio Bolsonaro, como já o fizera antes, o ministro Dias Toffoli.

Um dos mistérios atuais no Brasil é entender a ira do bolsonarismo contra o Supremo. Afinal, decisões favoráveis ao Clã Bolsonaro e aliados é que não faltam. O diabo é que, para essa turma, é sempre “ou tudo ou nada”. Democracia e independência só existem quando a favor. E não! Gilmar Mendes não é independente.


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