O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou que não se arrepende por não permitir a posse de Lula como ministro da Casa Civil e que as acusações contra Lula eram combinadas entre a acusação e o, agora senador, Sergio Moro, o que ele considera muito grave.

A declaração foi dada nesta segunda-feira (8) no programa Roda Viva, da TV Cultura. Ao ser perguntado se houve arrependimento ao não permitir a posse de Lula, Mendes afirma que não sente e explica que, naquele momento, tinha convicção de que havia um desvio de finalidade na nomeação.

+ STF torna réus mais 250 investigados pelos atos golpistas

“Se o ex-presidente, agora presidente, estava nomeada para a Casa Civil, por que não se deu posse? Por que se escondeu? Se tivesse problema, ou viesse uma ordem de prisão, mostrasse que já estava nomeado ministro. Por que foi escondido? Tudo isso ficou numa névoa e confusão”, explica.

Após explicar a situação de Lula, ele fala sobre a Lava-Jato e é bem direto ao dizer que a operação esteve diretamente ligada a eleição de Jair Bolsonaro em 2018.

“Curitiba gerou Bolsonaro. Curitiba tem o germe do fascismo. Inclusive todas as praticas que desenvolvem. Investigações a sorrelfa e atípicas. Não precisa dizer mais nada. Não é por acaso que os procuradores dizem, por uma falta de cultura, que aplicaram o Código Processual Russo”, ataca.

O ministro ainda diz que as acusações contra Lula eram combinadas entre a acusação e o, agora senador, Sergio Moro, o que ele considera muito grave.

“Moro vaza a delação de Palocci entre o primeiro e o segundo turno de 2018. Participa, portanto, do processo. Assume posição a favor da extrema direita”, explica.