Gigantes da tecnologia e o antimonopólio: onde se encaixam

Gigantes da tecnologia e o antimonopólio: onde se encaixam

As quatro maiores empresas de tecnologia, cujos altos executivos são chamados a testemunhar em uma audiência antimonopólio no Congresso dos Estados Unidos, são alvos de reclamações sobre suas posições dominantes nos Estados Unidos e no mundo.

Google, Apple, Facebook e Amazon (GAFA) são investigados por agentes antimonopólio do Departamento de Justiça, da Comissão Federal de Comércio e autoridades responsáveis em cada estado.

– Google –

A Google, a maior empresa da corporação Alphabet, enfrentou investigações antimonopólio na Europa relacionadas a suas operações de compra e publicidade e também ao gerenciamento do Android, o sistema operacional móvel que domina o mercado global.

O foco das investigações estaduais e federais nos Estados Unidos permanece incerto. Analistas acreditam que pode ser relativo a seu domínio nas pesquisa on-line – que controla cerca de 90%.

Também seria objeto de investigação por sua publicidade digital, um mercado que domina junto com o Facebook.

– Apple –

As reclamações contra a Apple concentram-se em sua App Store, pela qual cobra 30% das taxas de assinatura pela maioria dos serviços prestados por desenvolvedores terceirizados.

Alguns desenvolvedores dizem que a Apple recebe uma parcela desproporcional da receita e mantém políticas rígidas que podem afetar os serviços que competem com os da fabricante do iPhone.

A gigante do streaming de música Spotify registrou uma queixa junto às autoridades da União Europeia, acusando a Apple de usar sua plataforma para promover injustamente seu próprio serviço, a Apple Music.

A Apple alega que sua App Store repassa bilhões para desenvolvedores independentes e que suas práticas são razoáveis quando comparadas a outros mercados digitais.

– Amazon –

A Amazon é líder indiscutível no comércio on-line e representa cerca de 40% das vendas de comércio eletrônico nos Estados Unidos, segundo a empresa de pesquisa eMarketer.

Além da influência da Amazon, é provável que seu relacionamento com vendedores externos esteja na mira. Pelo menos um relatório sugere que a Amazon usou incorretamente dados de fornecedores para desenvolver seus próprios produtos e competir com essas empresas, uma acusação que a empresa nega.

Alguns de seus críticos afirmam que empresas como Amazon e Apple não deveriam possuir a “plataforma” e ao mesmo tempo concorrer com outras empresas que dependem delas para seus negócios. No entanto, qualquer restrição desse tipo exigiria legislação.

A Amazon também é fornecedora líder de computação em nuvem, um mercado em que compete com Google, Microsoft e outros. Seus serviços na web têm sido um importante fator de receita e lucro, mesmo durante os períodos em que suas vendas on-line geram pouco.

– Facebook –

O Facebook é a rede social líder, com quase três bilhões de pessoas em todo o mundo usando sua plataforma central, juntamente com o Instagram e os serviços WhatsApp e Messenger.

Estima-se que sete em cada dez adultos americanos usam o Facebook, e seu alcance permite que ele desempenhe um papel enorme na publicidade digital e na divulgação de notícias.

Embora muitas queixas ao Facebook se concentrem em gestão de conteúdo, como desinformação política e discurso de ódio, alguns ativistas afirmam que a empresa liderada por Mark Zuckerberg reprimiu a concorrência comprando concorrentes menores e que isso poderia ser usado para motivar uma reação antimonopólio.

Uma revisão da Comissão Federal do Comércio sobre aquisições ocorridas em 2010 poderia “desfazer” alguns dos acordos alcançados pela empresa.