A Casa Branca confirmou nesta terça-feira, 1º, que a gigante brasileira JBS comunicou ao governo dos Estados Unidos sobre a possibilidade de o ataque cibernético, sofrido no último domingo, 30, ter partido de uma organização baseada na Rússia. As informações são do jornal The New York Times. De acordo com a reportagem, o governo norte-americano está em contato com autoridades russas para discutir o caso, mas o culpado não foi identificado publicamente.

Em conversa com repórteres, Karine Jean-Pierre, vice-secretária de imprensa, disse que a JBS foi alvo de um ataque ransomware, em que os criminosos bloqueiam acesso ao sistema infectado e cobram uma espécie de resgate para a liberação.

Segundo o jornal americano, as operações na maioria das fábricas da JBS foram afetadas. Cerca de 25 fábricas nos Estados Unidos e Canadá postaram no Facebook que cancelaram os turnos programados para segunda-feira, 31, com algumas delas citando “problemas de servidor”. Algumas das fábricas de aves já estavam começando a levar os trabalhadores de volta nesta terça, mas pelo menos três das 11 unidades de carne bovina ainda estavam fechadas, de acordo com os posts.

“Posso confirmar que o ataque afetou a fábrica em Brooks e os cerca de 2,5 mil trabalhadores empregados lá”, disse Scott Payne, porta-voz do sindicato United Food and Commercial Workers Local 401 no Canadá, referindo-se a uma fábrica de carne bovina em Alberta. “Todos os turnos foram cancelados ontem. O turno da manhã foi cancelado hoje. Mas o turno da tarde foi remarcado para operar hoje.”

De acordo com a reportagem, a JBS disse apenas que foi alvo de um “ataque organizado à segurança cibernética”, o qual afetou sistemas na América do Norte e também na Austrália, mas que não há indícios de que dados de clientes, fornecedores ou funcionários foram afetados.

Em duas semanas, o presidente Joe Biden deve se encontrar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Genebra, para uma reunião que tratará desses ataques cibernéticos.

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Uma violação recente aproveitou um software chamado SolarWinds para se infiltrar em mais de 250 agências federais e empresas americanas. Mês passado, regiões dos Estados Unidos enfrentaram escassez de gasolina depois de um ataque ransomware à empresa Colonial Pipeline, responsável pelo maior oleoduto do país.

SolarWinds, informaram os Estados Unidos, foi obra do S.V.R. – uma das principais agências de inteligência russas. O ataque do oleoduto parece ter sido obra de outro grupo, que Biden disse ser baseado na Rússia. (Com agências internacionais)


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