SÃO PAULO, 14 JAN (ANSA) – O ex-presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubichi Carlos Ghosn, alvo de um mandado de prisão da Interpol, entrou com uma ação contra a montadora francesa para receber sua aposentadoria. O brasileiro foi CEO da empresa, mas renunciou ao cargo após sua prisão no Japão em 2018.   

Ghosn concedeu uma entrevista para dois veículos franceses em Beirute, no Libano, e afirmou que não renunciou formalmente ao cargo como “número 1” da Renault. Com isso, o ex-executivo levou o procedimento ao Tribunal do Trabalho de Boulogne-Billancourt, cidade onde fica a sede da montadora francesa.   

“Minha demissão da Renault? É uma farsa”, contou Ghosn em entrevista ao jornal “Le Figaro”.   

Segundo o empresário brasileiro, ele foi substituído por um diretor-geral e assinou em janeiro de 2019 uma carta afirmando que queria se “aposentar das funções para permitir que a empresa restaure sua governança”. No dia seguinte de ter enviado a carta, o conselho administrativo da Renault se reuniu e, de acordo com Ghosn, a empresa interpretou como uma “renúncia”. Em uma entrevista à Europa 1″, o dirigente declarou que a carta “resultou em uma demissão que não foi”.   

O brasileiro informou que reivindica uma aposentadoria de 250 mil euros (cerca de R$ 1,1 milhão). O dirigente franco-brasileiro-libanês é acusado no Japão de ter subnotificado rendimentos e de ter desviado recursos da Nissan para fins pessoais, mas alega ser vítima de um “complô” de executivos da montadora com procuradores por causa de seus planos de aumentar a integração com a Renault.   

Ghosn chegou em Beirute no fim de 2019, após ter conseguido fugir do Japão, onde estava em liberdade condicional desde abril passado.(ANSA)

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