Dois dos maiores geradores hidrelétricos do País defenderam nesta sexta-feira, 2, a necessidade de uma regulação sobre os chamados serviços ancilares realizados pelas usinas, isto é, serviços adicionais à produção de energia. Essas geradoras argumentam que com a maior participação das fontes eólica e solar na matriz elétrica, as hidrelétricas têm atuado para estabilizar o sistema elétrico, tendo em vista que a geração dessas demais renováveis oscila conforme a intensidade de ventos e irradiação solar ao longo do dia.

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, disse que a hidrelétrica de Sobradinho chegou a ser despachada 18 vezes em um único dia, “ligando e desligando”. “A, turbina não foi feita para operar desse jeito, pode modernizar, mas tem de ser remunerada”, disse, durante o Fórum de Lideres em Energia, realizado hoje no Rio de Janeiro.

Segundo ele, esse serviço ancilar prestado pelas hidrelétricas é remunerado na maior parte dos países.

A presidente da SPIC Brasil, Adriana Waltrick, também disse que a regulação deveria permitir a precificação correta dos serviços ancilares. “São atributos do sistema que precisam ser corretamente remunerados”, disse.

Ela também defendeu a necessidade de uma regulação para permitir expansão das hidrelétricas existentes. “Tem 11 gigawatts esperando para serem expandidos nas usinas existentes”, disse.

A SPIC tem em seu portfólio a hidrelétrica de São Simão, que tem obras civis já realizadas para a implantação de mais turbinas, que ampliariam a capacidade da usina. “Só falta a regulação para ajudar a chutar na pequena área”, disse.

Outras geradoras do País também têm situação similar.