O ex-deputado dos Estados Unidos George Santos, filho de brasileiros, deve se entregar às autoridades estadunidenses nesta sexta-feira, 25, após ter sido condenado a sete anos de prisão por fraude e falsidade ideológica.
Santos mentiu sobre sua história de vida e chegou a enganar doadores durante campanha ao Congresso americano. Ele admitiu que cometeu fraude eletrônica e roubou a identidade de ao menos 10 pessoas, incluindo familiares, para financiar sua eleição.
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O republicano de Nova York cumpriu pouco mais de um ano de mandato antes de ser expulso da Câmara, em 2023. Santos fez um acordo judicial e aceitou pagar cerca de US$ 580 mil (R$ 3.203.455,32, na cotação atual) em multas, além de cumprir pena de prisão.
Em abril, a Justiça dos EUA determinou que o ex-deputado deveria se apresentar até 25 de julho para iniciar a pena. Por meio de uma carta enviada ao tribunal, Santos afirmou que estava “profundamente arrependido” dos crimes que cometeu e classificou como “severa demais” a condenação pedida pelos promotores.
Santos fez uma série de posts nas redes sociais nos quais se despediu de seus apoiadores. Na noite de quinta-feira, 24, divulgou um texto em tom sarcástico, em que alfinetou os críticos e sugeriu que pode retornar à vida pública.
“Aos meus apoiadores: vocês fizeram esse cabaré político valer a pena. Aos críticos: obrigado pela publicidade gratuita. Talvez eu esteja saindo de cena (por enquanto), mas acreditem: lendas nunca se despedem de verdade.”
Quem é o ex-deputado
George Santos foi eleito em 2022 ao conquistar para o Partido Republicano um distrito rico que integra partes do Queens e de Long Island. Essa localidade era até então um reduto democrata.
Pouco tempo depois, revelou-se que o então desconhecido político tinha mentido sobre uma parte da sua história, pois apresentava-se como empresário bem-sucedido que havia trabalhado em prestigiadas empresas de Wall Street e possuía um grandioso portfólio imobiliário.
Na realidade, entretanto, Santos enfrentava dificuldades financeiras e até processos de despejo. Isso resultou em investigações criminais e parlamentares sobre como ele conseguiu financiar a sua campanha.
Com a aproximação de sua sentença, o ex-deputado passou a se mostrar mais reflexivo. “Aprendi que, não importa se somos de esquerda, direita ou centro, somos todos humanos e, na maioria das vezes, americanos (rsrs), e temos um superpoder que valorizo muito: a compaixão”, escreveu, à época.
“Para os haters… bem, vocês são uma parte impactante de como as pessoas moldam a si mesmas, e vocês me deixaram muito mais forte e com a pele mais grossa!”, disse.