ROMA, 2 FEV (ANSA) – Foram descobertos os “restos” de um continente perdido no fundo do Oceano Índico debaixo das Ilhas Maurício, na África: a Mauritia. Os primeiros indícios da sua existência surgiram ainda em 2013, no entanto, um novo estudo realizado por um grupo da Universidade sul-africana de Witwatersrand confirmou a hipótese dos geólogos. “Nossos resultados demonstram a existência de uma crosta continental anciã debaixo das ilhas Maurício”, disse o professor que conduziu o estudo, Lewis Ashwal, no relatório publicado na revista “Nature Communications”. O território começou a ser criado com a quebra do supercontinente Gondwana, que acabou formando também a África, a América Sul, a Índia, a Austrália e a Antártida, o que aconteceu há cerca de 200 milhões de anos.   

A existência do continente perdido foi descoberta através de cristais de zircônio que foram carregados para a superfície pela lava vulcânica. Segundo Ashwal, foram encontrados na ilhas Maurício pedaços de cristais de zircônio com idades entre 2,5 e 3 bilhões de anos. As rochas que pertencem ao arquipélago não são mais velhas que 9 milhões de anos. De acordo com o geólogo, este tipo de mineral costuma ser encontrado no granito presente nos continentes, que têm rochas mais velhas que os oceanos, formados milhares de anos depois.   

“O fato de que nós encontrarmos zircônios desta idade prova que existem cristais muito mais antigos debaixo das ilhas Maurício que só poderiam ter sido originadas de um continente”, disse Ashwal.   

Segundo o geólogo, a descoberta de Mauritia confirmou que é possível que haja mais crostas continentais sob ilhas vulcânicas pelo mundo. “Evidências de que crostas continentais podem estar debaixo de ilhas oceânicas vulcânicas estão sendo acumuladas”, afirmou Ashwal. (ANSA)