ROMA, 24 OUT (ANSA) – O primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, falou nesta terça-feira (24) sobre os plebiscitos por mais autonomia realizados pelas regiões do Vêneto e da Lombardia durante o fim de semana e disse que está disposto a dar “passos adiante” sobre o tema.   

“Vejo com interesse, respeito e disponibilidade a discussão aberta pelos plebiscitos sobre o tema da autonomia. Estou disposto a dar passos adiante. O governo está aberto aos debates de mérito com as regiões para discutir sobre algumas funções e veremos quais e em quais condições”, disse durante um evento no Porto Marghera, em Veneza.   

Apesar de ressaltar que essa será uma “discussão complexa”, Gentiloni ainda informou que seu governo está pronto “para fazer isso nos limites fixados pelas nossas leis e pela nossa Constituição”. “Mas, vamos discutir como fazer funcionar melhor o país. Não se discute a Itália e a sua unidade. Não temos necessidades de futuras lacerações, mas precisamos arrumar as crises que provocaram isso no nosso tecido social”, ressaltou.   

A fala referia-se às declarações dadas pelo governador do Vêneto, Luca Zaia, de pedir ao governo de Roma um “status especial” para a região. O pedido causou revolta em diversos líderes políticos, incluindo o governador da Lombardia, Roberto Maroni. Isso porque os plebiscitos não têm nenhuma intenção separatista, mas sim pedem por mais autonomia – especialmente fiscal – no país. Segundo Maroni, seu governo vai lutar pelas 23 competências especiais que a Constituição italiana prevê para uma região autônoma – que incluem temas políticos, econômicos e jurídicos. No domingo (22), os moradores das duas regiões, que estão entre as mais ricas da Itália, foram às urnas e votaram favoravelmente à autonomia – com índices que superaram os 95%. (ANSA)