GENOVA, 3 AGO (ANSA) – As principais autoridades políticas e institucionais da Itália participam nesta segunda-feira (3), a partir das 18h (horário local), da inauguração da ponte em Gênova construída no lugar daquela que desabou há quase dois anos, deixando 43 pessoas mortas.   

O presidente da República, Sergio Mattarella, será o primeiro a atravessar a Ponte Genova San Giorgio de carro, mas o evento não deve ter a presença de familiares das vítimas da tragédia.   

“Não iremos à cerimônia porque, para nós, é muito difícil estar ali naquela ponte, mas não quero criar polêmica, nós nunca dissemos que iríamos”, disse Egle Possetti, presidente de um comitê que reúne parentes de mortos no desabamento, à rádio Capital.   

Possetti perdeu a irmã, o cunhado e dois sobrinhos no desabamento da Ponte Morandi, ocorrido em 14 de agosto de 2018.   

A antiga estrutura havia sido inaugurada em 1967 e consistia em uma ponte estaiada, mas com as vias suspensas por cabos de concreto, e não de aço, como é mais comum.   

A investigação sobre a tragédia ainda está aberta, mas a suspeita é de que a construção tenha entrado em colapso devido a uma falha estrutural por falta de manutenção. A via estava sob concessão da Autostrade per l’Italia (Aspi), empresa controlada pela holding Atlantia, da família Benetton.   

Recentemente, o governo da Itália anunciou que o Estado substituirá a Benetton no capital da Aspi, que, ao menos por enquanto, também terá a concessão da nova ponte.   

Cerimônia – A inauguração da Ponte Genova San Giorgio ainda contará com as presenças do primeiro-ministro Giuseppe Conte, do presidente da Câmara dos Deputados, Roberto Fico, do governador da Ligúria, Giovanni Toti, e do prefeito Marco Bucci.   

“O primeiro pensamento hoje vai para quem não está mais aqui, para suas famílias, que esperam justiça. Aquela ponte não devia ter caído, e alguém terá de pagar. É por isso que não teremos festa hoje, mas resta a satisfação pelo objetivo alcançado”, disse Toti.   

A cerimônia terá a leitura dos nomes das 43 vítimas e três minutos de silêncio em homenagem aos mortos. A nova ponte foi projetada pelo arquiteto e senador vitalício Renzo Piano e tem cerca de 1,1 quilômetro de extensão, dividido entre 19 tabuleiros situados a mais de 40 metros de altura e sustentados por 18 pilares.   

A obra, executada pelo consórcio público-privado PerGenova ao custo de 200 milhões de euros, teve início em fevereiro de 2019, com a demolição da estrutura remanescente da Ponte Morandi. A abertura ao tráfego será no dia 5 de agosto. (ANSA).