Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, dia 2 de julho, e realizada com 203 deputados federais — 40% do número total da Câmara — traça um panorama do pensamento dos parlamentares brasileiros. O levantamento foi realizado entre 7 de maio e 30 de junho, com margem de erro estimada em 4,5 pontos percentuais, e revela um Congresso fragmentado politicamente, ideologicamente pendente à direita e, em ampla maioria, insatisfeito com a condução do governo federal.
Segundo os dados divulgados, 32% dos deputados se declaram de oposição ao governo Lula, mesmo percentual daqueles que se dizem governistas. Outros 27% se consideram independentes, e 9% não souberam ou não quiseram responder ao questionamento.
No espectro ideológico, 45% dos parlamentares se classificam como de direita, 25% como de centro e 21% como de esquerda. Um total de 8% não soube ou não quis responder, enquanto 1% disse não se encaixar em nenhuma das categorias.
A percepção majoritária dos deputados em relação ao governo Lula é negativa: 46% o avaliam de forma negativa, contra 27% que têm visão positiva. Outros 24% o consideram regular, e 3% não souberam opinar.
A relação entre o Executivo e o Congresso também é vista com pessimismo. Para 51% dos entrevistados, a relação é negativa, enquanto apenas 18% a avaliam positivamente. Trinta por cento classificam a interação como regular.
A expectativa quanto à capacidade do governo de aprovar a agenda dos deputados também é baixa: 57% avaliam que as chances de o governo aprovar a agenda proposta por eles são pequenas, contra 36% que acreditam em uma tramitação bem-sucedida.
Embora 84% dos parlamentares tenham sido recebidos por algum ministro, apenas 43% dizem que seus pedidos foram atendidos. Trinta por cento afirmam que não obtiveram retorno, 16% não foram recebidos, 8% não fizeram pedidos e 3% não souberam responder.
Questionados se o governo dá a atenção necessária ao Parlamento, 69% disseram que o governo dá menos atenção do que deveria, 22% acham que há atenção adequada, e apenas 3% acreditam que o governo se excede na atenção. Para 6%, não é possível avaliar.
O Supremo Tribunal Federal também enfrenta resistência no Legislativo: 48% avaliam negativamente a atuação da Corte, 27% de forma positiva e 18% regular. Sete por cento não souberam opinar. Já a gestão de Hugo Motta é amplamente aprovada: 68% consideram seu trabalho positivo, 25% regular e apenas 6% negativo.
A amostra da pesquisa reflete a distribuição regional da Câmara: 35% dos deputados entrevistados são do Sudeste, 29% do Nordeste, 21% das regiões Norte e Centro-Oeste e 15% do Sul.
Em relação à religião, 53% se declaram católicos, 27% evangélicos, 8% não têm religião, 2% seguem outras religiões e 10% não souberam ou não quiseram responder.
Os parlamentares apontam a economia como o principal problema do Brasil (31%), seguida pela violência (23%) e corrupção (16%). Questões sociais (10%), saúde (3%), educação (2%) e outras respostas (14%) aparecem em menor proporção.
Pensando em 2026, metade dos deputados aponta um nome de oposição como favorito nas eleições presidenciais. Trinta e cinco por cento apoiam Lula ou um candidato governista, enquanto 15% ainda não têm opinião formada.