O general reformado Santiago Sinclair, de 92 anos, que fez parte da Junta Militar que governou o Chile durante a ditadura de Augusto Pinochet, foi condenado a 18 anos de prisão por sua participação na Caravana da morte, que executou 12 camponeses.

Em um sentença divulgada neste sábado (17) pela imprensa, Sinclair e outros três ex-militares foram condenados pela execução dos 12 homens durante o regime militar (1973-1990).

Apesar da idade avançada, o general irá para a prisão nos próximos dias, informou à AFP uma fonte do Poder Judiciário.

Juntamente com Sinclair, serão presos Juan Chiminelli (86 anos), Pedro Espinoza (90) e Emilio de la Mahotiere (86).

Sinclair, senador designado após o fim da ditadura e próximo de Pinochet, foi condenado por este caso em 2020, mas tinha apelado da sentença.

Segundo a investigação, Sinclair coordenou o assassinato dos camponeses quando era comandante do Regimento Caçadores da cidade de Valdivia, cerca de 840 km ao sul de Santiago.

A Caravana da morte é um dos casos mais emblemáticos de violação dos direitos humanos durante a ditadura de Pinochet, que deixou mais de 3.000 mortos e 38.000 torturados, segundo números oficiais.

Pouco depois do golpe que instaurou a ditadura de Pinochet, em 11 de setembro de 1973, os militares organizaram uma caravana que percorreu várias cidades do país em busca de opositores para executá-los.

Uma das vítimas mais lembradas é o jornalista Carlos Berger, membro do Partido Comunista, que foi detido na cidade de Calama (norte) por se negar a suspender a transmissão na rádio em que trabalhava no dia do golpe militar.

Berger foi executado em 19 de outubro por membros da caravana da morte, segundo a investigação sobre o caso.

Pinochet, falecido em 2006, foi processado e esteve em prisão domiciliar por este caso, o primeiro pelo qual precisou se apresentar à justiça chilena.

Mas, em julho de 2022 teve o processo suspenso pela Suprema Corte devido a uma demência que o impedia de se defender nos tribunais.

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