(ANSA) – BRASILIA, 25 LUG – O general da reserva Mário Fernandes admitiu ter elaborado um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice do petista, Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A confissão foi feita na última quinta-feira (24) durante depoimento à Primeira Turma do STF, que investiga a tentativa de golpe de Estado.
Ao lado de seu advogado, Fernandes afirmou que o chamado plano “Punhal Verde Amarelo” nada mais é do que “um pensamento que foi digitalizado”, “um estudo de situação, uma análise de riscos que eu fiz, que eu resolvi inadvertidamente digitalizar”.
Durante o depoimento, o militar foi questionado se o texto havia sido apresentado ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) e respondeu: “Impossível, eu imprimi para ler no papel, para não forçar a vista. Após isso, rasguei (…) não foi apresentado a ninguém esse pensamento digitalizado. Não foi compartilhado com ninguém”.
A declaração é feita no âmbito do inquérito que apura o envolvimento de militares e aliados do ex-presidente em uma trama golpista que, em 2022, teria planejado o assassinato do então presidente eleito Lula, de Alckmin e de Moraes.
Fernandes, que está preso desde novembro do ano passado, foi secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro.
De acordo com a Polícia Federal (PF), o plano foi impresso no Palácio do Planalto e levado posteriormente para a residência oficial de Bolsonaro, no Palácio da Alvorada. O texto teria três cópias.
“Não me lembro de ter impresso em três cópias. Acho que foram três folhas, não três cópias. Se foram três cópias, acredito que seja relativo à configuração da impressora que estava em uma impressão anterior. Não me lembro de ter impresso três cópias”, afirmou.
Além disso, a PF acredita que o plano “Punhal Verde Amarelo” “continha um verdadeiro planejamento com características terroristas”, tendo em vista que, segundo a investigação, previa “uso de químicos para causar um colapso orgânico” em Lula.
Já para o assassinato de Moraes era previsto o uso de “artefato explosivo” ou seria por meio de envenenamento em evento oficial público, conforme o inquérito. (ANSA).