WASHINGTON, 22 JUL (ANSA) – O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou nesta terça-feira (22) que a Faixa de Gaza é palco de um “horror sem precedentes na história recente”.
A declaração chega em meio à pressão internacional para Israel interromper o assalto contra o enclave palestino e na esteira das acusações de assassinatos de centenas de civis que aguardavam para receber ajuda humanitária.
“Chega de olhar o horror que está se consumando em Gaza, com um nível de morte e destruição sem precedentes na história recente. A desnutrição está explodindo, e a fome bate em todas as portas”, disse Guterres em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.
Poucas horas antes, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (Unrwa) afirmou que mais de mil pessoas foram assassinadas enquanto tentavam obter ajuda humanitária em Gaza desde o fim de maio.
Em nota, o chefe da Unrwa, Philippe Lazzarini, declarou que o enclave palestino se tornou um “inferno na terra”, onde médicos desmaiam devido à fome e ao cansaço.
No fim de maio, Israel encerrou o bloqueio à entrada de ajuda humanitária no território, porém concentrou a distribuição de itens de primeira necessidade em uma organização liderada por um pastor evangélico americano e ex-assessor de campanha do presidente Donald Trump, Johnnie Moore, com apoio dos Estados Unidos, a Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês).
“Os civis não podem ser alvos. As imagens provenientes de Gaza são insuportáveis”, escreveu no X a presidente do poder Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen. “Os civis de Gaza já sofreram demais, e por tempo demais, é preciso acabar com isso. Israel deve manter as promessas feitas”, acrescentou a alemã, em referência a um acordo entre Tel Aviv e Bruxelas para permitir o fluxo de ajuda humanitária no enclave. (ANSA).