A Defesa Civil de Gaza informou neste sábado, 4, que Israel lançou dezenas de ataques na Faixa de Gaza, apesar do apelo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que Israel interrompesse “imediatamente” os bombardeios depois que o Hamas aceitou seu plano de paz. O Hamas disse na sexta-feira,3, que estava disposto a libertar os reféns que mantém em Gaza como parte da proposta de cessar-fogo de Trump e, neste sábado, declarou sua disposição de iniciar negociações para finalizar os detalhes.
No entanto, as bombas continuaram a atingir Gaza. O porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmoud Basal, relatou que “foi uma noite muito violenta, durante a qual o exército israelense realizou dezenas de ataques aéreos”. O exército israelense disse que continua sua ofensiva na Cidade de Gaza e pediu à população deslocada que não retorne.
O plano para a paz em Gaza de Trump especifica um cessar-fogo imediato, uma troca de todos os reféns mantidos pelo Hamas por prisioneiros palestinos mantidos por Israel, uma retirada israelense de Gaza, o desarmamento do Hamas e a introdução de um governo de transição liderado por um órgão internacional.
Trump apresentou seu plano pela primeira vez a líderes e autoridades do Egito, Indonésia, Jordânia, Arábia Saudita, Turquia, Paquistão, Catar e Emirados Árabes Unidos, à margem da Assembleia-Geral da ONU na semana passada. Os mediadores do Catar e do Egito compartilharam o plano de 20 pontos com o Hamas no final da segunda-feira, depois que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apareceu ao lado de Trump na Casa Branca e endossou o documento, dizendo que ele satisfazia os objetivos de guerra de Israel.
“Janela de oportunidade”, diz chefe de ajuda da ONU
A Cidade de Gaza e as áreas vizinhas estão sofrendo com a fome e é provável que ela se espalhe, segundo avaliou um monitor global da fome no final de agosto. Israel interrompeu toda a ajuda por 11 semanas, de março a meados de maio, e diz que está melhorando o acesso, mas a ONU e grupos de ajuda dizem que é necessário muito mais.
“A iniciativa do presidente Trump para Gaza abre uma janela de oportunidade. Ela oferece uma chance para os palestinos receberem ajuda para salvar vidas na escala urgentemente necessária e para trazer os reféns para casa”, disse o chefe de ajuda da ONU, Tom Fletcher, em um comunicado nesta sexta-feira.
O plano de Trump exige que a ajuda a Gaza seja distribuída sem interferência de grupos internacionais neutros, com a ONU prometendo 170.000 toneladas prontas para entrar.
Israel iniciou sua ofensiva em Gaza após o ataque a Israel liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, no qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e 251 foram levadas como reféns de volta a Gaza, de acordo com os registros israelenses. A campanha militar de Israel matou mais de 66.000 pessoas em Gaza, a maioria civis, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza.
Trump disse em sua postagem de sexta-feira que “mais de 25.000 ‘soldados’ do Hamas já foram mortos”. O Hamas raramente divulga as mortes entre seus combatentes.