Os gastos com educação na América Latina e no Caribe vão cair 9% durante 2020, devido à forte contração do PIB na região por causa da pandemia do novo coronavírus, informou nesta segunda-feira (24) um estudo conjunto entre a Unesco e a Cepal.

A contração de 9,1% no Produto Interno Bruto (PIB) que a região alcançaria este ano provocará uma forte diminuição de 9% “na quantidade dos recursos disponíveis para a educação em 2020”, informou o estudo “A educação em tempos da pandemia de COVID-19”, apresentado pela Unesco e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

“Se não fosse pela pandemia, os gastos educacionais teriam aumentado 3,6% de 2019 a 2020” na região, segundo o informe que compila dados de 33 países até julho.

O documento destaca a urgência de se “garantir a proteção da educação como um direito humano fundamental” e alerta para o aprofundamento das brechas de acesso, equidade e qualidade da educação, afetando especialmente os mais vulneráveis.

Na América Latina, a região mais castigada pela pandemia, o novo coronavírus registra mais de 6,7 milhões de contagiados e cerca de 260.000 mortos.

A pandemia levou, ainda, 160 milhões de estudantes latino-americanos a deixaram de frequentar as escolas. Em 29 países, os alunos não têm aulas presenciais, mas em 26 deles, foram estabelecidas aulas à distância.

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No entanto, o acesso a computadores é muito desigual na região. Oitenta por cento dos estudantes com nível socioeconômico mais elevado têm um contra apenas 20% dos estudantes do nível mais baixo.

“A desigualdade no acesso a oportunidades pela via digital aumenta as brechas pré-existentes no acesso à informática e ao conhecimento, o que – para além do processo de aprendizado que se está tentando impulsionar através da educação à distância – dificulta a socialização e a inclusão em geral”, adverte o informe.

A Nicarágua é o único país que não suspendeu as aulas durante a pandemia, enquanto o Uruguai retomou as aulas presenciais na zona rural em 22 de abril e em 29 de junho nas demais escolas. Em 1º de junho, Equador e São Vicente e Granadinas iniciaram as aulas parcialmente.


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