ROMA, 21 JUL (ANSA) – O fornecimento de gás por meio do Nord Stream 1 voltou a ser feito pela Gazprom, informou a estatal russa por meio de nota repercutida pela imprensa do país nesta quinta-feira (21). O percentual de entrega será de 40% da capacidade, conforme ocorria antes da pausa.
A estrutura, a principal que liga a Rússia aos países da União Europeia, estava inoperante desde o dia 11 por conta de uma “manutenção anual”. No entanto, a paralisação ocorre em um momento de grande tensão entre o bloco e Moscou por conta das sanções impostas pelos europeus por causa da guerra na Ucrânia.
Além disso, a demora na chegada de uma turbina – que estava sendo reparada no Canadá – também atrasou a retomada do fornecimento. E, claro, o gasoduto é também usado como uma arma de pressão política por Moscou.
Nesta quinta, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que os “problemas técnicos” com o fluxo do gás foram causados pelas sanções da UE. A fala contradiz o anúncio feito pela Gazprom há 10 dias, de que a manutenção estava planejada já há tempos.
Alemanha – A Alemanha, um dos principais consumidores de gás russo, anunciou também nesta quinta um novo amplo pacote para redução no consumo de energia em todo o país.
O ministro para Economia e Clima, Robert Habeck, informou ainda que serão impostas regras mais rígidas para as plantas de estocagem de gás e também a ativação da reserva de energia gerada a carvão.
As principais medidas incluem novas regras para poupar energia em prédios, espaços e escritórios públicos, além de limitação no controle do aquecimento para a garantia de eficiência.
Habeck ainda informou que as medidas são para o próximo inverno, mas também para o depois. De acordo com o ministro, a Rússia não é mais um “fornecedor confiável” de gás e é preciso se preparar para cortes.
“A Rússia usa seu poder, o excesso de poder que demos a eles, para chantagear a Europa e a Alemanha e se mostra, a cada dia, um fornecedor energético não confiável. Isso cria um fator de incerteza crescente no sistema energético”, acrescentou.
O anúncio vem no dia seguinte à proposta apresentada pela Comissão Europeia para que todos os países do bloco reduzam em 15% o consumo de gás natural russo entre agosto deste ano e março de 2023. (ANSA).