Guilherme Amado Coluna

Coluna: Guilherme Amado, do PlatôBR

Carioca, Amado passou por várias publicações, como Correio Braziliense, O Globo, Veja, Época, Extra e Metrópoles. Em 2022, ele publicou o livro “Sem máscara — o governo Bolsonaro e a aposta pelo caos” (Companhia das Letras).

Gás encalhado mantém Brasil refém de fertilizantes importados

Para empresa especialista em gás, falta de infraestrutura e preços altos impedem uso do gás nacional na produção de insumos agrícolas

REUTERS/Lisa Leutner
Foto: REUTERS/Lisa Leutner

O Brasil possui grandes reservas de gás natural e um setor de fertilizantes que depende fortemente dessa matéria-prima para produzir insumos agrícolas. No entanto, essa combinação promissora não se traduz em autossuficiência.

Segundo Betina Moura, especialista da consultoria Argus, empresa do ramo de energia, o problema central não está na falta de gás, mas na incapacidade de levá-lo até quem precisa.

Ela avalia que a malha de gasodutos do país está praticamente estagnada, sem expansão suficiente para conectar as áreas produtoras às regiões industriais. Além disso, o preço do gás nacional é considerado alto demais para competir com o produto importado.

Esse cenário cria um paradoxo: mesmo com potencial para dobrar, em poucos anos, o consumo de gás pela indústria de fertilizantes, o Brasil continua dependente do mercado externo. Hoje, 96% do nitrogênio utilizado na fabricação de fertilizantes químicos é importado, de acordo com levantamento da Argus.

“Sem condições competitivas, a indústria não absorve essa oferta”, disse Betina Moura.

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