Autor de dois gols na vitória por 4 a 1 da França sobre a Bulgária, na sexta-feira, nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, o atacante Kevin Gameiro retornou aos ‘Bleus’ em grande estilo depois de cinco anos sem ser titular, mas não se esqueceu das críticas que ouviu quando foi jogar no futebol espanhol em 2013.

– Deu tempo de comemorar esses dois gols, ou você já está focado na partida de segunda-feira contra a Holanda?

“Estou totalmente focado no próximo jogo, não dá tempo de pensar sobre o jogo de ontem. Eu consegui aproveitar a oportunidade, foi bom para mim”.

– Como você descreve esse retorno depois de tanto tempo fora da seleção?

“É uma pequena revanche para mim, em relação ao que aconteceu e o que foi falado ao meu respeito. Já ouvi dizer que eu não tinha nível de seleção. Fui para a Espanha para tempo de jogo, reencontrar o prazer de jogar (ele era reserva no Paris Saint-Germain quando foi contratado para o Sevilla). Pode ser que as pessoas tenham me esquecido um pouco por estar fora da França. Fiz três ótimas temporadas com o Sevilla, mesmo se nem sempre fui titular”.

-O que mudou para você desde seu primeiro gol com a seleção, há cinco anos?

“Eu amadureci. Tenho muito mais experiência e estou bem mais sereno. Tento encarar as coisas de forma positiva, sem esquentar a cabeça sobre detalhes. O trabalho está pagando e estou no melhor momento da minha carreira. Sou uma pessoa tímida e a família é muito importante para meu sucesso. Foi maravilhoso ver meu pai, minha esposa e meus filhos no estádio. Jogar bem na frente deles é a melhor coisa que tem. Eles ficam orgulhosos e eu fico ainda mais motivado. Sem eles, não estaria aqui”

-Você percebeu que o ambiente mudou na seleção em relação à sua última convocação?

“É claro que tudo mudou. Há muitos jogadores novos. O ambiente está diferente e temos muito prazer em jogar juntos”.

– Você foi recebeu os parabéns de Diego Simeone (seu técnico no Atlético de Madri)?

“Não recebeu mensagem de Simeone, mas de Unai Emery (seu ex-técnico no Sevilla, que comanda hoje o PSG).

– Como você viveu o fato de não ter sido convocado para a Eurocopa?

“Foi difícil, porque vinha da melhor temporada da minha carreira. Tive que aceitar a decisão do técnico. Prefiro não pensar no passado, seguir adiante e continuar trabalhando”.

– Como você explica o entrosamento com Antoine Griezmann (que também é seu companheiro de clube no Atlético) ?

“É um entrosamento natural, não foi nada forçado. Desde que cheguei ao Atlético, conversamos muito, passamos muito tempo juntos. Em campo, sempre procuramos um o outro”.

– Você acha que ganhou a vaga de titular apenas por causa desse entrosamento?

“Não dá para falar isso, nos conhecemos apenas há dois meses. Não podemos relaxar e temos que deixar tudo em campo para fazer uma grande temporada juntos”.

Declarações colhidas em entrevista coletiva.

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