Embora muitos tenham ficado decepcionados com o final de “Game of Thrones”, a popular série da HBO se despede com um recorde de indicações ao Emmy.

A Academia de Artes & Ciências Televisivas americana, que conta com 24.000 membros, anunciou nesta terça-feira os indicados a este prêmio que é considerado o Oscar da TV e que será entregue em 22 de setembro em Los Angeles.

“Game of Thrones”, que no ano passado recebeu 22 indicações, em 2019 recebeu 32, batendo o recorde do NYPD Blue como o programa mais indicado em uma única edição da premiação.

Foi seguido, com 20, por “The Marvelous Mrs. Maisel”, sobre uma dona de casa de Nova York que se torna comediante nos anos 50.

“Game of Thrones” já era o programa de ficção mais premiado nas sete décadas de história do Emmy, com 161 indicações no total e 47 estatuetas, incluindo a de melhor série de drama no ano passado.

A série terminou em 19 de maio, quando finalmente foi resolvido o mistério de quem reinaria em Westeros e o resultado decepcionou muitos espectadores, que chegaram a lançar uma petição para que a última temporada fosse refeita.

De qualquer forma, os membros da Academia poderiam se inclinar a votar em favor desta fantasia épica por “nostalgia” e em respeito “ao impacto que teve na televisão em geral”, indicou Ben Travers, do site especializado Indiewire.

“Mas também poderia ser por falta de opções”, acrescentou.

“Better Call Saul”, “Bodyguard”, “Killing Eve”, “Ozark”, “Pose”, “Succession” e “This Is Us” concorrem contra “Game of Thrones” ao prêmio de melhor série de dramática.

Boa parte do elenco entrou, além disso, nas categorias de atuação: os protagonistas Emilia Clarke e Kit Harington, assim como Gwendoline Christie, Lena Headey, Sophie Turner, Maisie Williams, Alfie Allen, Nikolaj Coster-Waldau, Michael Kelly e Peter Dinklage.

O Emmy permite a participação de programas que tenham sido lançados nos 12 meses anteriores ao 31 de maio, de modo que esta edição deixa de fora as últimas temporadas de “The Handmaid’s Tale”, “Big Little Lies” e “Stranger Things”.

Travers indicou que esta ausência pode ter sido intencional.

“Alguns programas temem que ‘Game of Thrones’ arrase com tudo e preferem não enfrentá-lo” pela última vez.

“Handmaid’s” concorre nas categorias técnicas com o último capítulo da segunda temporada, que estreou dentro da janela de candidaturas: recebeu 11 indicações.

– HBO sobre a Netflix –

A HBO foi a rede mais indicada para esta edição do Emmy, com 137, superando a Netflix, que recebeu 117.

“Chernobyl”, a minissérie sobre o desastre nuclear dos anos 80 na União Soviética, e a comédia sobre o matador de aluguel “Barry”, desse canal, estão entre os cinco programas com mais indicações, com 19 e 17, respectivamente.

O Prime Video da Amazon concentrou 47 indicações, 20 delas para “The Marvelous Mrs. Maisel”, cujas protagonistas Rachel Brosnahan e Alex Borstein também foram indicadas.

A sátira política “Veep”, que acabou este ano, enfrenta assim uma dura concorrência por um último Emmy de despedida.

O porto-riquenho Benicio Del Toro é o único latino indicado nas principais categorias: concorre ao prêmio de melhor ator de minissérie por “Escape at Dannemora”, baseada na história real de dois presidiários que seduzem uma funcionária da prisão para que os ajude a escapar.

“Olhos que condenam”, da Netflix, inspirada em fatos reais sobre a falsa acusação de cinco garotos pelo assassinato de uma mulher no Central Park de Nova York, concorre ao prêmio de melhor minissérie, contra “Dannemora”, “Chernobyl”, “Fosse/Verdon” e “Sharp Objects”.

“Obrigada a estes homens reais por me convidarem a contar sua história… Amo vocês irmãos”, escreveu no Twitter a criadora da minissérie da Netflix, Ava DuVernay.

Julia Roberts, que estreou na televisão com seu papel em “Homecoming”, e Jim Carrey, por “Kidding”, estão entre os grandes ausentes desta edição da premiação.

O mesmo acontece com Richard Madden, que ganhou um Globo de Ouro por “Bodyguard” mas não foi indicado ao Emmy, e com a premiada Rita Moreno, também excluída apesar da grande ovação que recebeu por seu papel de matriarca em “One Day at a Time”, a comédia sobre uma família latina que será produzida pela Pop TV após ser cancelada pela Netflix.