Talvez seja uma incógnita quem terminará sentado no Trono de Ferro, mas não há dúvidas de que “Game of Thrones” voltou ao Emmy com vontade de arrasar.

A série liderou nesta quinta-feira (12), com 22, o número de indicações ao Emmy, o prêmio mais importante da televisão dos Estados Unidos.

A fantasia medieval, sobre famílias nobres disputando o controle dos sete reinos já é o programa de ficção mais premiado da história do Emmy (12).

E após perder a última edição dos prêmios – foi ao ar depois da data de corte -, volta a competir na categoria de melhor drama, que ganhou em 2015 e 2016.

Lena Headey, Nikolaj Coster-Waldau, Peter Dinklage e Diana Rigg foram indicados nas categorias de atuação. Kit Harington e Emilia Clarke ficaram fora.

O título de melhor drama será disputado também pela série distópica “The Handmaid’s Tale”, que obteve 20 indicações e roubou parte da cena por ser um show sobre um regime teocrático em meio aos protestos de defensores dos direitos da mulher, após a indicação de um juiz ultraconservador à Suprema Corte pelo presidente Donald Trump.

O programa humorístico “Saturday Night Live” recebeu 21 indicações e atinge um novo recorde de 252 em toda a sua história. É seguido por “Game of Thrones” com 129, muitas delas em categorias técnicas.

O Emmy dá as boas-vindas a ganhadores do Oscar como a espanhola Penélope Cruz e John Legend, assim como a estrelas da música como o porto-riquenho Ricky Martin e Sara Bareilles… além de Legend.

A série dramática de ficção científica “Westworld” recebeu 21 indicações, enquanto a comédia “Atlanta”, criada por Donald Glover, recebeu 16 e parte como favorita ante a ausência de “Veep” este ano, depois que sua protagonista Julia Louis-Dreyfus se retirou para tratar um câncer de mama.

Samira Wiley, indicada por “Handmaid’s”, e Ryan Eggold anunciaram os indicados ao Emmys, que serão entregues em 17 de setembro no Microsoft Theater de Los Angeles.

– Os “gênios” da pintura e da moda –

A Academia de Televisão anunciou entre os indicados a estrela de cinema Antonio Banderas e o venezuelano Edgar Ramírez, que já concorreu em 2011 por seu papel em “Carlos”, que também lhe rendeu uma indicação ao Globo de Ouro.

Cruz, Martin e Ramírez foram indicados pela segunda temporada de “American Crime Story”, que gira em torno do assassinato do estilista Gianni Versace, interpretado pelo venezuelano, pelo assassino em série Andrew Cunanan, encarnado por Darren Criss, também indicado.

É a primeira indicação de Cruz, que ganhou um Oscar em 2009 por “Vicky Cristina Barcelona” e interpreta a irmã do estilista, Donatella.

Banderas foi indicado a melhor ator – a categoria de Criss – por sua interpretação do pintor Pablo Picasso na série do Nat Geo “Genius”.

Não foi um ano de grandes estreias, abrindo a porta a programas consolidados como “GoT”, que concorre na categoria de melhor drama contra o show de espiões durante a Guerra Fria do FX “The Americans”, a série monárquica “The Crown”, a atrevida “Stranger Things”, o drama familiar “This Is Us”, o western de ficção científica “Westworld” e “Handmaid’s”, protagonizada por Elisabeth Moss.

Entre os ausentes estão “Better Call Saul” e “House of Cards”, sacudida pelo escândalo de abuso sexual em Hollywood, após várias denúncias contra seu protagonista, Kevin Spacey, que foi afastado do programa.

O clássico do fim dos anos 1980 “Roseanne” teve um regresso exitoso às telas, com sua rara representação da vida da classe operária na televisão americana, e também de simpatizantes do presidente Donald Trump, amplamente ignorados por Hollywood.

Mas um tuíte racista de sua protagonista Roseanne Barr – que na vida real apoia o mandatário republicano – levou a rede ABC a cancelar o programa.

Apesar disso, Laurie Metcalf foi indicada, após ganhar um Tony e receber uma indicação ao Oscar. O show também foi indicado em uma categoria de edição.

Chama a atenção que a Netflix tenha rompido 17 anos de domínio da HBO como líder em indicações. O serviço on-line obteve este ano 112 indicações, em comparação com 108 da rede.