Apresentado nesta sexta-feira como novo coordenador técnico do Santos, cargo antes ocupado por Paulo Roberto Falcão, Alexandre Gallo espera que uma definição sobre a permanência de Marcos Leonardo, alvo da Roma, deve ocorrer nos próximos dias. O clube aceita negociar o jovem atacante de 20 anos, mas não quer liberá-lo na atual janela de transferências da Europa, pois acredita que não conseguiria uma reposição à altura. No Brasil, a janela para chegadas já fechou e apenas atletas sem clube podem ser contratados.

“Não podemos abrir mão dele, pois a janela já está fechada. Ainda não tenho uma máxima para dizer sobre isso. Tive uma reunião longa com o presidente e com os representantes dele, e acredito que em dois ou três dias teremos uma definição sobre isso”, afirmou. “Neste momento, vamos negociar só se houver uma vantagem financeira muito grande, que o Santos possa estar confortável. O presidente não está se sentindo confortável nessa avaliação financeira. Pode haver uma possível negociação, mas para uma saída na janela de fim de ano. Esta é a posição do Santos”, concluiu.

Com a proposta da Roma em mãos e animado com a possibilidade de se transferir já neste mês, Marcos Leonardo se ausentou dos treinos nesta semana. Por isso, dificilmente estará em campo no duelo com o Fortaleza, marcado para as 18h30 de domingo, na Arena Castelão, pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo marcará a estreia de Diego Aguirre no comando técnico.

“A gente conta com ele. Houve alguns problemas, ontem tomei pé da situação, conversei com a comissão técnica”, disse Gallo sobre a possibilidade de o atacante jogar no final de semana. “Não ter treinado com a comissão técnica dificulta ele ir para o jogo. Entendo todos os lados, mas estou confiante de que vamos chegar em um consenso e ele irá voltar a jogar”, concluiu.

RETORNO AO SANTOS

Marcos Leonardo foi o principal assunto da coletiva, mas Gallo também falou sobre outros temas, como o sentimento de retornar ao Santos. Ele foi o capitão do vice-campeonato brasileiro em 1995. Após se aposentar dos gramados, voltou ao time como auxiliar de Vanderlei Luxemburgo em 2004, ano do último título brasileiro conquistado pelos santistas.

Ao deixar a Vila Belmiro, iniciou carreira como treinador no Vila Nova. Na temporada seguinte, quando Luxemburgo foi para o Real Madrid, Gallo deixou a Portuguesa, time que estava treinando na época, para assumir o cargo de treinador alvinegro. A identificação com o clube fez Gallo desistir de uma proposta para trabalhar no Irã.

“O Santos fez parte da minha vida por sete temporadas, cinco como atleta. Foi uma grande oportunidade. Eu estava praticamente acertado com um time no Irã, ia viajar na sexta-feira. Recebi um telefonema, demorou 24 horas para este telefone acontecer. Pude pensar bastante na possibilidade de voltar ao Santos. Sobre o momento ruim, as grandes dificuldades são irmãs das grandes oportunidades. O Santos abriu as portas do mundo para mim, eu devo muito ao Santos”, afirmou.

O novo coordenador santista ainda falou sobre a dificuldade do clube em trazer reforços e as alternativas que estão sendo estudadas. “Conversamos ontem com o presidente, tive conversas com o Aguirre também. Estados fortalecendo essa questão de contatos na Europa, Ásia e América Central para que existam possibilidades. É um momento bem difícil. Pegar um atleta parado há bastante tempo, pode demorar para ele entrar em forma. Estamos mapeando e conversando bastante com o Aguirre para se houver uma grande possibilidade de trazer algum jogador”, disse.