O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, repetiu nesta segunda-feira, 28, que a autarquia terá o desafio de “normalizar” a política monetária. Ele voltou a citar a percepção de que os canais de transmissão do Brasil podem ser menos eficientes do que os de pares, o que demanda juros mais altos no País.
“É estranho você entender como é que uma economia segue apresentando níveis de dinamismo tão elevados com um nível de taxa de juros que para qualquer outro tipo de economia seria entendido como um patamar bastante restritivo”, disse Galípolo. “Isso me parece sugerir que a fluidez dos canais de transmissão da política monetária no Brasil não funciona como funciona em alguns dos nossos pares.”
Em um evento do J. Safra, em São Paulo, o presidente do BC repetiu que esse problema não será resolvido com uma “bala de prata”, mas demandará a realização de reformas estruturais. Galípolo também repetiu que um dos desafios da autoridade monetária é conseguir fazer a migração de crédito de alto custo para modalidades com juros menores. Ele afirmou que essa mudança é estrutural e não deve ter impacto de curto prazo.
O banqueiro central ainda disse que, agora, um dos principais desafios na mesa é o cenário internacional. “Do ponto de vista do Banco Central, é óbvio, demanda devida cautela e a exponencialidade do problema para países emergentes”, afirmou, acrescentando que economias emergentes vão se deparar com um cenário ainda mais desafiador.
Ele acrescentou que há oportunidades para o Brasil, que tem uma economia diversa e uma longa tradição de apoiar o multilateralismo. Por isso, pode oferecer uma colaboração na ideia de um “nivelamento” das regras no campo econômico.