O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, lembrou nesta segunda-feira, 9, o período como secretário-executivo do Ministério da Fazenda no atual governo para dizer que cortar despesas é uma dificuldade de várias gestões. Segundo ele, a estratégia da equipe econômica tem sido explicitar e “trazer para a luz do sol” o volume de despesas e fontes de receita da União.

Para Galípolo, as renúncias fiscais não devem ser encaradas como despesas menores que outros gastos recorrentes do Estado brasileiro.

“Havia uma renúncia fiscal que havia crescido muito, e 45% ou 50% do resultado de um grupo de duas ou três empresas listadas em bolsa vinham daquele programa de incentivo fiscal. Não cabe a mim julgar se isso é melhor para a sociedade ou não, mas a sociedade precisa entender. Será que é interessante que existam duas empresas que distribuam 50% dos dividendos associados a esse tipo de renúncia?”, questionou Galípolo mais cedo, em reunião do Conselho Empresarial de Economia da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan)

Para o diretor do BC, quando a legitimidade de uma renúncia fiscal é menor, trazê-la à luz do sol provoca o devido debate público para uma solução de despesa mais eficiente.

Ele lembrou que a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também tem tido preocupação com as políticas públicas que, para ele, devem ser contabilizadas segundo seus custos financeiros, sociais e ambientais.

A transmissão ao vivo foi cortada após a fala inicial de Galípolo no evento pela manhã. No período da tarde, a Firjan divulgou a íntegra do debate.