Gal Gadot: médico explica perda de sentidos na atriz grávida após coágulo cerebral

Em entrevista à IstoÉ Gente, neurologista explica causas do coágulo cerebral e como a gravidez da artista influenciou o quadro

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Actor Gal Gadot poses with her star during the unveiling ceremony on the Hollywood Walk of Fame in Los Angeles, California, U.S Foto: REUTERS/Mario Anzuoni

Gal Gadot surpreendeu os fãs nesta terça-feira, 18, ao revelar que um problema de saúde em 2024 causou a perda de sua visão e da audição temporariamente. Um coágulo no cérebro, responsável pela perda dos sentidos, durante a gestação de sua filha mais nova, chegou a ser diagnosticado como “enxaqueca”.

“Eu tive dores de cabeça enormes que me derrubaram completamente. Estava na cama e não conseguia ouvir nem ver nada”, explicou durante uma entrevista ao programa ‘The Drew Barrymore Show’. “Fui fazer uma ressonância magnética e fomos levados às pressas para o hospital. Eu tinha um grande coágulo cerebral.”

A atriz, que estava grávida de oito meses, ainda contou que teve que fazer uma cirurgia de emergência para dar à luz, e que o parto durou cerca de duas horas. “Se eu tivesse passado por um parto natural eu não estaria aqui.”

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Em entrevista à IstoÉ Gente, o Dr. em Neurologia Diogo Haddad explica que a gravidez pode aumentar o risco de formação de coágulos no cérebro “devido a alterações hormonais”.

“A condição é uma massa de sangue que se forma dentro das artérias ou veias do cérebro, impedindo ou reduzindo o fluxo sanguíneo”, relata. Segundo ele, a gestação – principalmente nos últimos meses – causa o aumento do volume sanguíneo e pressão sobre vasos sanguíneos, e essas adaptações fisiológicas podem tornar o sangue mais propenso à coagulação.

Nesses casos, cesarianas também são uma melhor opção para minimizar riscos maternos e fetais. “O esforço físico associado ao parto natural poderia aumentar o risco de complicações como hemorragia ou agravamento da condição.”

Sintomas e diagnóstico

O médico conta que os sintomas do coágulo cerebral são “diversos” e dependem da área afetada. Eles podem ser: dores de cabeça intensas, visão embaçada ou perda de visão e a perda de função neurológica, como equilíbrio ou coordenação e dificuldade para falar ou entender a fala.

“A perda de visão e audição pode ocorrer se o coágulo afetar áreas do cérebro responsáveis por essas funções, como o lobo occipital (visão) ou áreas que interpretam sinais auditivos. A localização exata do coágulo determinará quais funções neurológicas são afetadas”, explica.

“O diagnóstico de um coágulo cerebral normalmente envolve exames de imagem cerebral, como tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM), que permitem visualizar o bloqueio no fluxo sanguíneo”, específica Haddad. 

Complicações

“Um diagnóstico tardio pode levar a sérias complicações, como dano cerebral permanente, resultando em incapacidades cognitivas ou motoras e o risco aumentado de acidentes vasculares cerebrais e até resultados fatais em casos graves.”

No final, o Dr. ainda alerta que sinais de alarme de cefaleias, ou as “red flags”, como perda súbita de função neurológica ou a pior dor da vida, são cruciais para diferenciação entre uma “enxaqueca” e coágulo cerebral.

** Estagiária sob supervisão

Referências Bibliográficas

* Dr. Diogo Haddad, CRM 156717 , é neurologista e Chefe do Centro Especializado em Neurologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.