O Supremo Tribunal Federal (STF) optou pelo silêncio diante das duras críticas do ministro Gilmar Mendes, que disse em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que o Partido dos Trabalhadores (PT) deixou como “notório legado” uma Corte mal formada e mal indicada.

A reportagem entrou em contato com os sete ministros que foram indicados pelos ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff: Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Luiz Fux, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia.

Nenhum gabinete quis comentar as declarações de Gilmar.

Um ministro ouvido reservadamente pelo Broadcast disse que Teori Zavascki, indicado ao STF por Dilma e morto em acidente aéreo em janeiro do ano passado, “deve estar se revirando no túmulo”.

Auxiliares do STF classificaram de “terrível” a fala de Gilmar, que já havia se envolvido em bate-boca com Barroso em julgamentos recentes.

Um assessor acredita, no entanto, que os novos ataques – desta vez dirigidos aos colegas indicados por ex-presidentes petistas – deixarão Gilmar Mendes isolado dentro da Suprema Corte e farão com que os ministros se unam contra ele.

Em meio às tensões com o destino político de Lula, os rumos da Operação Lava Jato e a discussão sobre a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância, a avaliação de integrantes do STF é de que já há “confusão demais” – e talvez seja melhor, por ora, deixar Gilmar falando sozinho.