Por William James e Guy Faulconbridge

LONDRES (Reuters) – As democracias ricas do G7 debaterão nesta terça-feira maneiras de se contraporem aos desafios da China e da Rússia sem tentar controlar Pequim ou agravar a tensão com o Kremlin, disseram dois de seus principais diplomatas.

Fundado em 1975 como um fórum para as nações mais ricas do Ocidente debaterem crises como o embargo de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o G7 está cogitando reações aos dois países vastos e cada vez mais assertivos, além da pandemia de Covid-19 e a mudança climática.

“Não é nosso objetivo tentar controlar a China ou reprimir a China”, disse Antony Blinken, secretário de Estado dos Estados Unidos, na segunda-feira, antes da primeira reunião presencial de ministros das Relações Exteriores do G7 desde 2019.

Ele disse que o Ocidente defenderá a “ordem baseada em regras internacionais” diante de tentativas subversivas de qualquer país, inclusive a China.

A China é o cerne dos debates da manhã desta terça-feira, e as conversas da tarde se voltarão à Rússia, o que inclui como reagir a manobras de tropas na fronteira com a Ucrânia e o aprisionamento de Alexei Navalny, um crítico do Kremlin.

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A ascensão econômica e militar espetacular da China nos últimos 40 anos é vista por diplomatas e investidores como parte dos acontecimentos geopolíticos mais significativos dos tempos recentes, assim como a queda da União Soviética em 1991, que encerrou a Guerra Fria.

O G7 combinado ainda tem um grande poder de fogo: cerca de 40 trilhões de dólares de influência econômica e três das cinco potências nucleares oficiais do mundo.

A Rússia foi incluída no que se tornou o G8 em 1997, mas foi suspensa em 2014 depois de anexar a Crimeia da Ucrânia. A China, hoje a segunda maior economia do planeta, nunca foi membro do G7.

O Reino Unido buscará o consenso de parceiros do grupo a ações decisivas para proteger democracias diante da influência econômica chinesa e das atividades russas.

“A presidência britânica do G7 é uma oportunidade de aproximar sociedades abertas e democráticas e demonstrar unidade em um momento no qual ela é muito necessária para enfrentar desafios em comum e ameaças crescentes”, disse o chanceler britânico, Dominic Raab.

No prazo mais longo, existem preocupações profundas, tanto em Washington quanto em capitais europeias, sobre como o Ocidente deveria agir em relação a Pequim e Moscou, que argumentam que as críticas ocidentais são injustificadas e contraproducentes.

Blinken disse que os EUA prefeririam laços mais estáveis com a Rússia, mas que muito depende de como seu presidente, Vladimir Putin, decidir agir, especialmente em locais como a Ucrânia, que o secretário visitará no final desta semana.

“Reafirmamos nosso apoio inabalável à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia”, acrescentou Blinken.

“Não queremos um agravamento. Preferiríamos ter um relacionamento mais estável, mais previsível. E se a Rússia seguir nesta direção, nós também”.

Os ministros prepararão o terreno para a primeira viagem agendada de Biden ao exterior desde que tomou posse: uma cúpula do G7 no Reino Unido no mês que vem.

Além dos outros membros do G7 – Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e EUA –, o Reino Unido também convidou ministros da Austrália, Índia, África do Sul e Coreia do Sul nesta semana.


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