Os ministros das Finanças do G7 discutem novas sanções contra a Rússia nesta quinta-feira (23), na véspera do aniversário da invasão da Ucrânia, que será objeto de uma votação da Assembleia Geral da ONU com pedido de uma paz “duradoura”.

Na véspera do aniversário da invasão russa da Ucrânia, os líderes ocidentais intensificaram as demonstrações de apoio a Kiev, sendo a última delas do primeiro-minisro espanhol Pedro Sánchez, que visitou a capital ucraniana nesta quinta-feira.

“Estaremos ao lado da Ucrânia e de seu povo até que a paz retorne à Europa”, escreveu Sánchez no Twitter.

Na Índia, os ministros das Finanças do G7 tentarão chegar a um acordo sobre um novo “grande pacote de sanções econômicas” contra a Rússia, incluindo medidas para evitar a evasão das sanções atuais, de acordo com um alto funcionário do governo dos Estados Unidos.

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse que as atuais sanções contra a Rússia já apresentam um “efeito muito significativo” na economia do país.

“A Rússia agora tem um déficit orçamentário significativo”, disse Yellen antes do início da reunião do G7. “Está com imensas dificuldades (…) para obter os materiais para substituir as suas munições e, por exemplo, reparar os 9.000 tanques destruídos durante a guerra”, disse.

Em Moscou, o presidente russo prometeu nesta quinta-feira aumentar a produção industrial militar para atender às suas necessidades de guerra. Ele afirmou que colocará em operação este ano o modelo mais recente de mísseis balísticos intercontinentais, o Sarmat, um sistema superpotente que teria sofrido falhas, segundo fontes americanas.

“Daremos atenção prioritária ao fortalecimento de nossas capacidades de defesa”, acrescentou em um vídeo divulgado por ocasião do Dia do Defensor da Pátria.

O fundador do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgueni Prigozhin, anunciou nesta quinta-feira a próxima entrega de munição a seus homens na Ucrânia, depois de acusar o exército de Moscou de privar os mercenários de suprimentos.

– “Paz justa e duradoura” –

A semana foi marcada pelo discurso de Putin reafirmando a intenção de prosseguir com a invasão da Ucrânia e anunciando sua retirada do tratado de desarmamento nuclear Novo START assinado em 2010 com os Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ao canal ABC na quarta-feira que a decisão foi “um grande erro”, mas acrescentou que não há indício de que Putin “está pensando em usar armas nucleares”.

Em Nova York, a Assembleia Geral da ONU deve decidir nesta quinta-feira sobre uma resolução apoiada por Kiev e seus aliados pedindo uma paz “justa e duradoura”.

“Este é um momento decisivo para mostrar apoio, unidade e solidariedade”, disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, da tribuna no primeiro dia deste debate sobre a intervenção russa que começou em 24 de fevereiro de 2022.

Kiev e seus aliados esperam que o texto, que será submetido à votação no final do segundo dia da Assembleia Geral da ONU, receba pelo menos tantos votos quanto uma resolução de outubro na qual 143 países condenaram as anexações russas de várias regiões ucranianas.

O projeto de resolução não vinculante reafirma o “apego” à “integridade territorial da Ucrânia”, “exige” a retirada imediata das forças russas e pede o fim das hostilidades.

– Vínculos China-Rússia-

Em Moscou, a Rússia fortaleceu os laços com a China quando Putin se encontrou com o principal diplomata de Pequim, Wang Yi, depois que Washington e a Otan expressaram preocupação de que a China possa estar se preparando para fornecer armas à Rússia.

A China quer mediar o conflito e vai propor “uma solução política” para a guerra.

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, foi recebido no Kremlin após encontro com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov.

Putin disse que a cooperação Rússia-China é “muito importante para estabilizar a situação internacional”.

Após a reunião, a agência estatal de notícias chinesa Xinhua informou que Wang disse que a China está disposta a “aprofundar a confiança política” e “fortalecer a coordenação estratégica” com a Rússia.

A China “manterá uma posição objetiva e justa e desempenhará um papel construtivo na resolução da crise por meios políticos”, afirmou.

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