G7 anuncia acordo para livrar empresas dos EUA de taxa global

ROMA, 28 JUN (ANSA) – O G7 anunciou neste sábado (28) um acordo sobre uma proposta que pode esvaziar o projeto de taxação global de multinacionais, após ceder à pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para isentar empresas americanas de parte do novo regime fiscal.   

O anúncio chega após o republicano ter declarado que o pacto fechado no âmbito da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 2021 para aplicar um imposto mínimo de 15% sobre os lucros de multinacionais, com o aval de quase 150 países, não era aplicável aos EUA, que haviam liderado a iniciativa na gestão de Joe Biden.   

Os principais alvos dessa taxação seriam as Big Techs dos Estados Unidos, que escolhem os países com menores alíquotas para pagar seus impostos, embora operem no mundo todo. O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, no entanto, propôs uma “solução paralela” que prevê que companhias dos EUA sejam isentas desse imposto global, “em virtude das regras de taxação mínima existentes” no país, segundo a presidência canadense do G7, grupo que ainda inclui Alemanha, França, Itália, Japão, Reino Unido e União Europeia.   

Em troca, Trump removeu de seu megaprojeto orçamentário, apelidado pelo presidente de “Lei Grande e Bonita”, uma tarifa de represália contra empresas países que taxassem as multinacionais americanas.   

“Há o entendimento compartilhado de que um sistema paralelo pode manter intactos importantes avanços”, disse a presidência do G7, acrescentando que a solução “facilitará novos progressos na estabilização do sistema de taxação internacional e um diálogo construtivo sobre a taxação da economia digital e a defesa da soberania fiscal de todos os países”.   

O secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, celebrou a comunicado do G7 como um “marco na cooperação fiscal internacional que abre caminho para acordos referentes à taxa mínima global”. Já o ministro da Economia da Itália, Giancarlo Giorgetti, declarou que o novo pacto vai proteger as empresas do país de “represálias” americanas. (ANSA).