Guilherme Amado Coluna

Coluna: Guilherme Amado, do PlatôBR

Carioca, Amado passou por várias publicações, como Correio Braziliense, O Globo, Veja, Época, Extra e Metrópoles. Em 2022, ele publicou o livro “Sem máscara — o governo Bolsonaro e a aposta pelo caos” (Companhia das Letras).

Fux e o ‘abandono’ do bolsonarismo aos golpistas do 8 de Janeiro

Ao isentar Bolsonaro de liderar atos golpistas, voto de Fux soou como música ao bolsonarismo, que se esforçou para descolar ex-presidente do 8 de Janeiro

Gustavo Moreno/STF
O ministro Luiz Fux apresenta seu voto no julgamento da trama golpista Foto: Gustavo Moreno/STF

Tal qual Jair Bolsonaro e seus aliados, Luiz Fux afirmou em seu voto no julgamento da tentativa de golpe, nessa quarta-feira, 10, que o ex-presidente não instigou e tampouco liderou os atos que tentaram uma ruptura democrática em 8 de Janeiro de 2023.

As conclusões do ministro neste ponto — assim como em muitos outros pontos de seu longo voto — soaram como música aos ouvidos bolsonaristas, que há mais de dois anos vinham se esforçando e até abusando da criatividade para descolar Bolsonaro dos golpistas.

Inicialmente, houve quem falasse até que os manifestantes eram petistas. Depois, aliados do ex-presidente começaram a abandonar os milhares de réus que invadiram e depredaram as sedes dos Poderes, afirmando que eles eram “malucos”.

Fux afirmou em seu voto que “cogitar” um golpe não é tentativa de golpe. Disse também que não é competência do STF, muito menos da Primeira Turma, julgar Bolsonaro e os outros sete réus da ação da trama golpista.

Em contradição, Fux votou por manter os processos de réus dos atos golpistas do 8 de janeiro em mais de 1,6 mil casos analisados.