A quinta-feira foi bem agitada para o futebol da Turquia. No mesmo dia, a seleção nacional ganhou um técnico – Senol Gunes foi anunciado, mas só começará a trabalhar em junho – e a federação nacional perdeu o seu presidente – Yildirim Demiroren renunciou ao cargo por estar envolvido em uma polêmica gerada por adquirir os direitos da única empresa de apostas esportivas no país.

Nas primeiras horas desta quinta-feira, o Comitê Executivo da Federação Turca de Futebol (TFF, na sigla em turco) acertou um contrato com Senol Gunes, de 66 anos, para comandar a seleção pelos próximos quatro anos e com o objetivo de classificá-la à Eurocopa de 2020 e à Copa do Mundo de 2022, no Catar.

Atual treinador do Besiktas, Senol Gunes só começará o seu trabalho no próximo dia 1.º de junho, quando encerrar a temporada 2018/2019 europeia. O experiente profissional substitui romeno Mircea Lucescu e volta ao cargo que já ocupou entre 2000 e 2004, tendo levado a Turquia ao terceiro lugar no Mundial de 2002, disputado na Coreia do Sul e Japão.

Horas depois do anúncio do novo técnico da seleção, a Federação Turca ficou sem o seu presidente. Yildirim Demiroren é alvo de muitas críticas e acusado de conflito de interesses desde que a sua empresa, com o mesmo nome, concorreu e ganhou neste mês um concurso para gerir uma empresa de apostas esportivas chamada Iddaa.

“Me demito da presidência da federação de futebol, cargo que ocupo desde 26 de fevereiro de 2012, face à aquisição da Idaaa e do site de apostas pela holding Demiroren”, justificou o dirigente em um comunicado oficial divulgado nesta quinta-feira.

Yildirim Demiroren, considerado próximo do governo turco, controla também o principal grupo privado de comunicação social na Turquia, que adquiriu em abril de 2018.