O furacão Helene causou pelo menos 17 mortes e grandes inundações em todo o sudeste dos Estados Unidos nesta sexta-feira (27), deixando milhões de pessoas sem eletricidade.

Estradas, casas e comércios ficaram submersos após Helene tocar a terra perto de Tallahassee, capital do estado da Flórida, durante a noite, avançando em direção ao norte, embora tenha se enfraquecido e se tornado uma tempestade tropical.

O Centro Nacional de Furacões (NHC) informou sobre “inundações históricas e catastróficas” e alertou para súbitas elevações das águas em Atlanta, a maior cidade da Geórgia, assim como nas Carolinas do Sul e do Norte.

Foram previstas chuvas de até 300 milímetros nas montanhas dos Apalaches, com áreas isoladas recebendo ainda mais.

Em Perry, uma cidade próxima ao ponto em que Helene atingiu a costa como um furacão de categoria 4, as casas ficaram sem eletricidade e um posto de gasolina foi destruído.

“Sou da Flórida, então estou meio acostumado, mas em certo momento fiquei muito assustado. Parecia que minha casa ia voar”, disse à AFP Larry Bailey, de 32 anos, que passou a noite abrigado em sua pequena casa de madeira com seus dois sobrinhos e sua irmã.

O governador da Geórgia, Brian Kemp, indicou 11 vítimas fatais no estado, entre eles um socorrista, e disse que a cidade de Valdosta identificou 115 estruturas gravemente danificadas, com várias pessoas presas em seu interior.

As autoridades do condado de Pinellas, na Flórida, confirmaram cinco mortes relacionadas à tempestade.

Na Carolina do Norte, outra morte foi confirmada na queda de uma árvore sobre uma casa, informou o corpo de bombeiros.

Com o tufão Yagi atingindo a Ásia, a tempestade Boris levando chuvas para a Europa e as inundações extremas no Sahel, setembro tem sido um mês muito chuvoso em nível global.

Cientistas vinculam alguns fenômenos meteorológicos extremos diretamente ao aquecimento global causado pelo ser humano, mas ainda é muito cedo para tirar conclusões claras sobre o mês em curso.

– Novo normal? –

“Precisamos começar a nos perguntar: esse é o novo normal? Isso vai acontecer todo ano?”, declarou Curtis Drafton, um voluntário de busca e resgate de 48 anos, em Steinhatchee, Flórida.

“Fala-se muito sobre uma tempestade que ocorre uma vez na vida, mas no ano passado tivemos outra semelhante”, comentou à AFP.

Alguns moradores de Atlanta usaram baldes para esvaziar a água pelas janelas do andar térreo.

Os aeroportos de Tampa e Tallahassee fecharam e mais de 3,4 milhões de residências e empresas ficaram sem energia na Flórida, Geórgia e nas Carolinas nesta sexta-feira, de acordo com o site de rastreamento PowerOutage.us.

Na zona de impacto, os moradores foram avisados sobre uma tempestade nunca antes vista.

O morador de Tampa Bay, Matt Heller, disse à CNN que sua casa ficou sob 1,2 metros de água meia hora após a tempestade, enquanto ele se abrigava em um caiaque em sua sala de estar inundada.

“Esta é definitivamente a maior inundação que já tivemos”, disse ele.

O presidente Joe Biden e as autoridades estaduais instaram as pessoas a atenderem aos avisos oficiais de evacuação antes da chegada de Helene, embora algumas tenham optado por ficar em casa para esperar a tempestade passar.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, mobilizou a Guarda Nacional e milhares de funcionários para possíveis operações de busca e resgate e restauração de energia.

Helene atingiu antes a península de Yucatán, no México, onde há vários resorts turísticos.

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