Beryl, o primeiro furacão da temporada atlântica de 2024, foi elevado à categoria 4 ao chegar nesta segunda-feira (1º) ao sudeste do Caribe, onde tocou o solo na ilha Carriacou, parte de Granada.

Com autoridades pedindo que os habitantes das diversas ilhas procurem refúgio devido aos fortes ventos e à maré alta, o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos, sediado em Miami, postou em sua conta na rede social X: “O olho do furacão Beryl tocou o solo na ilha de Carriacou”.

Imagens de vídeo obtidas pela AFP mostram chuvas torrenciais e ventos intensos em St. George, em Granada.

O NHC elevou Beryl à categoria 4 e o classificou como “extremamente perigoso”.

A entidade alertou para tempestades e ventos “potencialmente mortais”, com rajadas de até 200 quilômetros por hora. A maioria das ilhas dessa área do Caribe está sob alerta de furacão e os seus habitantes foram instados a se preparar para enfrentar a tempestade e muitos já se abrigaram em suas suas casas.

“Não vá a lugar nenhum até receber o sinal verde”, pediu o ministro de Assuntos Públicos de Barbados, Wilfred Abrahams.

Em Bridgetown, capital de Barbados, os carros faziam fila nos postos de gasolina, enquanto os supermercados e mercearias estavam lotados de pessoas que compravam alimentos, água e outros suprimentos.

Beryl produzirá “ventos com força de furacão potencialmente catastróficos, tempestades potencialmente fatais e ondas destrutivas”, previu o NHC.

Durante a tarde, as autoridades de Barbados, a mais oriental das ilhas de Barlavento (arquipélago das Antilhas menores), relataram estragos causados por fortes ventos e chuvas torrenciais, mas disseram ter evitado o desastre, sem mencionarem feridos.

O serviço meteorológico da ilha rebaixou o alerta de furacões a um aviso de ventos até às 19h de Brasília.

Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Granada estão em alerta por furacão, enquanto Martinica, Dominica e Trinidad advertem para uma tempestade tropical.

Em Trinidad e Tobago, os alertas para uma tempestade tropical e furacões expiraram simultaneamente, segundo o NHC.

Em Tobago, a menor das duas ilhas, foi declarado estado de emergência e o fechamento das escolas “até novo aviso”, segundo o chefe do governo, Farley Augustine.

Uma reunião do bloco regional caribenho Caricom prevista para Granada nesta semana foi adiada devido à passagem do furacão.

– A caminho do México –

Segundo os especialistas, uma tempestade tão poderosa no início da temporada de furacões, que vai do início de junho ao final de novembro no Atlântico, é extremamente rara.

“Apenas cinco grandes furacões (categoria 3+) foram registrados no Atlântico antes da primeira semana de julho”, escreveu na rede X o especialista em furacões Michael Lowry.

De acordo com o previsto, Beryl continuará sua trajetória durante a madrugada de terça-feira no estado mexicano de Quintana Roo (oeste), onde estão localizados os balneários de Cancún e Riviera Maya.

“Estamos pendentes, a Proteção Civil, a Secretaria da Defesa e a Marinha (…) observando toda a trajetória”, afirmou o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador,em rápidas declarações à imprensa em Cancún.

As autoridades mexicanas emitiram outro alerta devido à formação da tempestade Chris na noite de domingo no Golfo do México, o terceiro sistema na temporada do Atlântico.

A tempestade tropical Alberto, a primeira da temporada na região, deixou pelo menos cinco mortos ao passar pelo norte do México há 10 dias.

– Ondas de cinco metros –

Os serviços meteorológicos em Martinica também previram um mar muito agitado “especialmente nesta segunda-feira”.

São esperadas ondas de 5 metros no canal Saint-Lucie, ao sul da ilha francesa.

A ‘Météo France’ prevê que a temporada de furacões de 2024 será “uma das mais intensas” nesta região.

A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) também previu uma temporada extraordinária no final de maio, com a possibilidade de quatro a sete furacões de categoria 3 ou superior.

A agência citou as temperaturas quentes do oceano Atlântico e as condições relacionadas com o fenômeno climático La Niña no Pacífico para explicar o aumento das tempestades.

Nos últimos anos, os fenômenos meteorológicos extremos, incluindo furacões, tornaram-se mais frequentes e devastadores como resultado da mudança climática.

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