O furacão Beryl tocou o solo na manhã desta sexta-feira (5) no nordeste de Tulum, na turística Riviera Maya, no México, onde até o momento causou apenas danos materiais, conforme um relatório preliminar do governo.

O impacto do fenômeno ocorreu às 05h05, horário local (8h05 de Brasília), com ventos de 175 km/h, resultando na queda de árvores, postes e danos aos telhados de edifícios, além de cortes de energia em pelo menos três municípios do estado de Quintana Roo (sudeste), segundo um relatório do sistema de Proteção Civil.

“Até agora, o melhor é que neste primeiro relatório parece não haver perdas de vidas, que é o que mais nos importa, que ninguém seja afetado”, disse o presidente Andrés Manuel López Obrador em sua coletiva matinal habitual.

Os aeroportos de Cancún, Tulum e Cozumel, por onde milhões de turistas chegam anualmente para desfrutar das praias da região caribenha, não foram afetados, detalhou a chefe nacional de Proteção Civil, Laura Velázquez.

Mais de 340 voos programados entre quinta-feira e sábado foram cancelados no aeroporto de Cancún, o maior da região.

Cerca de 2.200 pessoas estão em 58 abrigos temporários preparados para a chegada do Beryl, que também causou alagamentos potencialmente perigosos, levando Velázquez a pedir que a população se mantenha resguardada. “Continuamos em alerta vermelho”, afirmou.

Repórteres da AFP observaram que a chuva e os ventos ainda estavam afetando a estrada que liga Cancún a Playa del Carmen, Tulum e outros balneários da região.

Mais de 25.600 agentes de segurança e da empresa elétrica estatal CFE foram destacados na zona de desastre para ajudar a população e realizar reparos, acrescentou a funcionária.

O último boletim emitido às 12h de Brasília pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), sediado em Miami, indicou que o furacão, que foi rebaixado da categoria 2 para a 1, estava localizado a 160 quilômetros a leste de Progreso (norte do estado de Yucatán), com picos de vento de 140 km/h.

A Proteção Civil informou nas redes sociais que o Beryl provocará “chuvas intensas a torrenciais localmente, ventos fortes e ondas elevadas na península de Yucatán”.

Por sua vez, o NHC alertou para previsões de ventanias, inundações e ondas fortes.

“Espera-se um enfraquecimento rápido e contínuo à medida que Beryl avança para o interior e cruza a Península de Yucatán hoje (sexta-feira), mas é esperada uma lenta intensificação quando Beryl entrar no Golfo do México”, precisou o NHC.

– Alertas e evacuações –

Centenas de turistas foram evacuados na região, e as autoridades pediram à população que se abrigasse em áreas elevadas.

A crescente força dos ventos e da chuva alertou os moradores de Tulum, que começaram a buscar abrigo, disse à AFP Amairani Och, responsável por um dos abrigos montados em uma escola que já atendia 290 pessoas.

“Depois que a rajada de vento passou, as pessoas começaram a chegar”, disse Och na noite de quinta-feira.

O abrigo também aceita animais de estimação. Lucero Gazcón, aposentada de 67 anos, agradeceu a “atenção maravilhosa” no abrigo, onde pôde se abrigar com seu cachorro após deixar seu apartamento.

Beryl é o primeiro furacão da temporada no Atlântico, que vai de junho a novembro, e impressionou os especialistas pela intensidade que alcançou.

Os serviços meteorológicos americanos o classificaram como categoria 5 em parte de sua trajetória, tornando-o o mais precoce de tal potência registrado.

Os cientistas acreditam que as mudanças climáticas, que aumentam as temperaturas da água, favorecem essas tempestades e aumentam as chances de uma rápida intensificação.

– Retirada de emergência –

Em Tulum, um município com 47.000 habitantes, o governo ordenou a suspensão das atividades desde a tarde de quinta-feira. A população protegeu os estabelecimentos comerciais com tábuas de madeira e os supermercados fecharam. O aeroporto suspendeu as operações.

Muitos turistas foram evacuados dos hotéis ao longo da costa, enquanto outros tentaram deixar a área de impacto de ônibus.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) alertou em maio que a temporada de furacões se desenha como extraordinária, com a possibilidade de quatro a sete furacões de categoria 3 ou mais.

A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) dos Estados Unidos alertou em maio que a temporada de furacões deve ser extraordinária, com a possibilidade de quatro a sete furacões de categoria 3 ou mais.

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