Encerrada a mais longa negociação de um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) entre a Petrobras e seus empregados, os petroleiros planejam agora uma greve em defesa da estatal, que na avaliação dos sindicatos da categoria está sob ameaça de ser desmantelada pelo programa liberal do atual governo. De acordo com o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, a greve contra a privatização já está aprovada em assembleias e a data do seu início será definida em reunião do Conselho Deliberativo da FUP, marcada para 5 de novembro.

“Nós temos que virar a página do Acordo Coletivo e centrar todos os nossos esforços na luta em defesa da Petrobras. A proposta apresentada pela mediação do TST, mesmo que não seja a proposta dos nossos sonhos, nos garante direitos muito acima do que está previsto na lei e nos dá tranquilidade para passar por esse momento sombrio que estamos vivendo no país”, afirma Rangel por meio de nota.

Apesar de ser um desejo do ministro da Economia, Paulo Guedes, a privatização total da Petrobras não está nos planos do governo pela grande resistência que encontraria no Congresso. Mesmo assim, um forte programa de desinvestimentos que visa reduzir o endividamento da companhia preocupa os sindicatos, já que irá diminuir também o número de empregados necessários para manter a operação da companhia.

Além de campos de petróleo em águas rasas e terra, a Petrobras vendeu o controle da BR Distribuidora e está em plena negociação para venda de metade do seu parque de refino, além de sair das áreas de comercialização e distribuição de gás natural. A estatal também vem encerrando operações fora do País, lançou um Plano de Demissão Voluntária (PDV), e reduziu o número de escritórios no Brasil.

Uma greve estava marcada para começar no dia 26 de outubro, mas um acordo no Tribunal Superior do Trabalho (TST) resolveu o impasse entre a estatal e os petroleiros que se arrastava desde maio. Após recusar a proposta da direção da Petrobras – que retirava benefícios e acenava com reajuste salarial de 70% da inflação – a FUP aceitou um acordo do TST que acatou sugestões da entidade e será assinado no próximo dia 4.

O Sindipetro RJ, ligado à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), foi o único a não assinar o acordo, mas aderiu posteriormente e tem previsão de assinar com o TST no dia 8.

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Nesta quinta-feira, terminam as assembleias da FUP para aprovar o acordo. Já foram aprovadas em 11 das 13 unidades.


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