O cantor e compositor de funk Wagner Domingues Costa, o Mr. Catra, de 49 anos, morreu neste domingo (9), por volta das 15h20, no Hospital do Coração (HCor), em São Paulo. Segundo o hospital, ele foi vítima de falência múltipla de órgãos causada por um câncer gástrico diagnosticado no início de 2017. Catra estava morando em São Paulo e fazia sessões semanais de quimioterapia. Ele deixou três mulheres, 32 filhos e quatro netos.

A assessoria de imprensa do cantor divulgou nota sobre sua morte: “É com enorme pesar que comunicamos o falecimento do amigo e cliente Wagner Domingues Costa, o Mr Catra, que nos deixou na tarde deste domingo, 9, em decorrência de um câncer gástrico. O cantor e compositor estava internado no hospital do Coração (HCor), em São Paulo, e já vinha lutando contra a doença. A informação foi dada à família pelo cirurgião oncológico Dr. Ricardo Motta, por volta das 15h20. Catra deixou três esposas e 32 filhos. Neste momento de sofrimento, agradecemos o carinho, cuidado e compreensão dos amigos da imprensa e pedimos, gentilmente, para que respeitem o momento de tristeza da família”, diz a mensagem.

Formado em Direito, Catra preferiu a carreira musical à jurídica. Lançou em 1994 seu primeiro disco, O Bonde dos Justos, no qual fez sucesso a canção Vida na Cadeia. No início dos anos 2000, lançou funks parodiando músicas já conhecidas – a canção de maior sucesso foi Adultério, paródia do hit dos anos 80 Tédio, da banda Biquíni Cavadão. Desde então, Catra acentuou o discurso sexual e apelativo nas letras de suas canções.

Antes de migrar para o funk, Catra teve um início no rock independente dos anos 80. Sua banda se chamava O Beco, que não decolou além das festas dos amigos e garagens e faculdades. Foi por influência de Primo Preto, ex VJ da MTV e produtor que estaria envolvido com os primeiros trabalhos dos Racionais MC’s, que ele criaria uma empresa, a Rapsoulfunk (ao mesmo tempo gravadora, grife de moda, organizadora de bailes funk e de shows de hip hop no Rio e em São Paulo).

Ao lado de MV Bill, o homem que transitava muito bem, entre funkeiros e rappers, criou em 2001 o Partido Popular Poder para a Maioria (PPPomar). Seus ideias, no entanto, seriam abandonados um ano depois, por não concordar com Celso Athayde, então proprietário da Produtora Hutus e empresário de MV Bill.

No mesmo ano, as letras de Catra trariam problemas com a polícia. Ele foi indiciado por apologia ao crime por causa de Cachorro, que fala sobre policiais corruptos. Cachorro é o policial e X9, um dedo-duro: “Cachorro, se quer ganhar um din-din / Vende o X9 pra mim, vende o X9 pra mim / Cachorro, me entrega esse canalha / Deixa ele bem amarrado, pega o dinheiro e rala.”

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