Com exceção de Mauro Silva, jogadores tetracampeões mundiais com a seleção brasileira em 1994, e ainda os pentacampeões com o Brasil em 2002, não foram ao velório de Pelé, na Vila Belmiro, mas cerca de 230 mil pessoas, em sua maioria fãs comuns que admiraram o ídolo dentro e fora de campo, compareceram ao estádio do Santos para dar seu último adeus ao maior jogador de futebol de todos os tempos.

Isso sem contar as milhares de pessoas que se aglomeraram pelas ruas da cidade para acompanhar o cortejo fúnebre que emocionou a todos que tinham respeito por Pelé. Desta forma, velório e sepultamento do Rei do Futebol entraram como um dos eventos que mais emocionaram a população brasileira em todos os tempos.

Em 1994, o corpo do piloto Ayrton Senna, morto durante o GP de San Marino, em Ímola, Itália, levou 250 mil pessoas ao velório, realizado na Câmara Municipal de São Paulo. O cortejo pelas ruas da capital paulista foi acompanhado por mais de 1 milhão de pessoas.

Apesar de grande rivalidade dentro da pista, o francês Alain Prost esteve presente à cerimônia e foi um dos que carregaram o caixão, assim como o bicampeão mundial Emerson Fittipaldi, Rubens Barrichello, Christian Fittipaldi e o austríaco Gerhard Berger.

Duas semanas antes, o velório do jogador Dener, que estava atuando pelo Vasco, teve um início de carreira espetacular na Portuguesa e morreu em um acidente de carro na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, foi acompanhado por dez mil pessoas ao Canindé.

Em 1952, o velório do cantor Chico Alves, “O Rei da Voz”, morto em um acidente de carro na Via Dutra, reuniu 500 mil pessoas na Cinelândia, no Rio. Mesmo número registrado no enterro da cantora Carmen Miranda, em 1955, também no Rio. O corpo foi velado por 60 mil pessoas. Em 1954, o velório do presidente Getúlio Vargas teve 67 mil pessoas.

DESPEDIDAS

Em 1996, mais de cem mil pessoas acompanharam o cortejo até o cemitério Parque Jardim das Primaveras, em Guarulhos, para o enterro dos Mamonas Assassinas. Os cinco integrantes do grupo morreram em um acidente aéreo na Serra da Cantareira. Um outro grande exemplo de uma despedida de grande proporção foi registrado em setembro de 2005, quando Ronald Golias, para muitos críticos o mestre do humor no Brasil, e levou mais de 240 mil fãs à Assembleia Legislativa, em São Paulo.

Mais recentemente, outras três mortes causaram grande comoção nacional. Em 2012, a apresentadora Hebe Camargo teve seu corpo velado no Palácio dos Bandeirantes, com grande presença de personalidades, entre eles políticos influentes como Paulo Maluf, Geraldo Alckmin, Eduardo e Marta Suplicy e José Serra.

Em 2019, cerca de 12 mil pessoas foram até a Assembleia Legislativa de São Paulo para o velório do apresentador Gugu, morto, aos 60 anos, após um acidente caseiro, sofrido em sua residência, em Orlando, nos Estados Unidos.

Já em 2021, calcula-se que cerca de 100 mil pessoas acompanharam, em Goiânia, o velório da cantora Marilia Mendonça, morta em um acidente aéreo, aos 26 anos.

NO EXTERIOR

Fora do Brasil, em 2009, mais de um milhão de fãs se cadastraram pela internet para concorrer aos 17,5 mil ingressos para entrar no Staples Center, em Los Angeles e acompanhar o velório de Michael Jackson, o Rei do Pop.

Já em Londres, os velórios da princesa Diana, morta em 1997, e da rainha Elisabeth II, que morreu em 2022, levaram cerca de 250 mil pessoas às despedidas, realizadas na abadia de Westminster.