O fundo soberano da Noruega, o mais importante do mundo, anunciou, nesta segunda-feira (11), que venderá suas participações em 11 empresas israelenses após saber que havia investido em um fabricante israelense de motores para aviões de combate em plena guerra em Gaza.
“Essas medidas foram tomadas em resposta a circunstâncias extraordinárias. A situação em Gaza constitui uma grave crise humanitária. Temos investimentos em empresas que operam em um país em guerra, e as condições na Cisjordânia e em Gaza se deterioraram recentemente”, anunciou seu diretor, Nicolai Tangen, citado em um comunicado.
O fundo soberano norueguês, também conhecido como fundo petroleiro, porque se alimenta das enormes receitas oriundas das exportações de petróleo e de gás do país, tem ativos no valor de 1,9 trilhão dólares (10,3 trilhões de reais), com investimentos espalhados por todo o mundo.
O jornal norueguês Aftenposten revelou, em 4 de junho, que esse fundo havia investido na empresa israelense Bet Shemesh Engines Holdings, que fabrica peças para os motores utilizados nos aviões de combate israelenses.
No dia seguinte, Tangen confirmou que o fundo havia adquirido uma participação na empresa em 2023, um investimento que aumentou após o início da ofensiva israelense em Gaza.
O governo norueguês reagiu imediatamente e pediu ao Banco Central do país – Norges Bank -, que gerencia o fundo, que “revise a aplicação do mandato de gestão do fundo, seus investimentos em empresas israelenses e propôs as novas medidas que considera necessárias”, indicou o banco.
O fundo declarou que “há muito tempo presta especial atenção às empresas relacionadas a guerras e conflitos”.
O monitoramento das empresas israelenses se intensificou no final de 2024. “Como consequência, vendemos nossos investimentos em várias empresas israelenses”, acrescentou.
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